Um segredo revelado, paixão aflorada!

O sol brilhava forte naquela tarde no Rio de Janeiro. Joaquim se encontrava na pista de corrida da sua universidade e ao seu lado estava o seu treinador. O guerreiro vermelho vestia um traje próprio para correr, claro que todo na cor vermelha. Da camisa regata com o número 1 estampado na frente até os tênis de corrida vermelho e preto.

Depois de vários dias sem conseguir correr por causa das suas batalhas como guerreiro espiritual, ser o líder demandava ele ficar um tempo na Aldeia Perdida, Joaquim poderia conseguir quebrar ser último recorde utilizando seus poderes. Ele sabia que isso não era o certo a se fazer, a tentação era grande, mas sua vontade de continuar sendo um guerreiro espiritual era maior.

Roberta e Jonathan estavam sentados na arquibancada, observando o treino do amigo.

— Sabe o porquê do Joaquim estar atrasado com seus treinos? — perguntou a garota ao namorado.

O rapaz nega com a cabeça, responde:

— Não sei. Ele anda bem estranho ultimamente para falar a verdade, às vezes falta aulas. Ele nunca foi disso. Fica horas sumido.

— Será que ele tá com problemas dentro de casa? — perguntou Roberta.

— Não sei… Não sei dizer, Roberta.

— Mas ele é o seu amigo, Joanthan!

— Também é o seu amigo. — disse o rapaz rapidamente.

— Mas vocês se conhecem há mais tempo.

— Eu disse, ele anda estranho. Ultimamente tá muito reservado, na dele, assim, entende? Não conversa muito. Não sei o que tá acontecendo com o Joaquim.

Roberta fica observando a pista de corrida.

Quando Joaquim cruza a linha de chegada, o Treinador congela o seu conômetro. Faz uma cara de insatisfação que o rapaz rapidamente reconhece na época em que começou.

— Não fui bem? — perguntou Joaquim.

— Não. — respondeu o Treinador. — Na verdade, você fez dois minutos menos do que havia feito antes…

— Droga! — exclamou em voz baixa o rapaz.

— Isso deve ser porque você tem faltado aos treinos, Joaquim. Tem que continuar treinando, se não…

— Não se preocupe, eu vou continuar treinando, mas acontece que estou com uns problemas… — o nosso herói continuou se explicando ao seu superior.

Na arquibancada, Roberta notou que o treino daquela tarde havia terminado.

— Acho que ele terminou, vamos lá falar com ele… — disse ela ficando em pé.

— Falar sobre o quê? — Jonathan perguntou confuso.

— Vamos descobrir o que está acontecendo, Jonathan…

O namorado suspira e levanta também, o casal deixa a arquibancada rumo à pista de corrida.

— Entendeu, Joaquim? — perguntou o Treinador, estava muito sério.

— Sim, entendi. — o celular do rapaz apita, várias vezes. Ele pega o aparelho, o mais velho continua falando. São mensagens do aplicativo que usa para invocar seu espírito protetor e se transformar. Agora, quando algo acontecia na cidade, eles recebiam uma aviso. — Desculpa, treinador, mas eu tenho que ir.

— Para onde?

— É uma coisa que tá acontecendo… Com a minha mãe…

Joaquim sai correndo, nesse mesmo momento Roberta e Jonathan acabaram de chegar na pista de corrida.

— Para onde o maluco foi? — perguntou Jonathan.

— Parece que teve um problema e saiu correndo.

— De novo? — perguntou Roberta. — Não vai ficar assim…

A garota sai correndo pela mesma direção que o amigo usou para escapar.

Em uma praça da cidade, os outros quatro guerreiros já batalhavam contra o monstro. Esse monstro era feito de pinche da rodovia e concreto e mais algumas outras coisas da cidade como, por exemplo: placas de trânsito, canos de ferro e etc.

Ele recolhia a energia negativa das pessoas as deixando paralisadas como em engarrafamento, nesse momento, muita energia negativa estava sendo coletada para Abaçay se fortalecer e finalmente conseguir sair da caverna em que se encontrava preso.

— Nem minhas flechas mágicas conseguem penetrar o corpo de concreto dele… — disse Katarina quase em desespero.

— Deve ter uma maneira. — disse Maria em seguida, mantendo sua calma.

— Vamos esperar o guerreiro vermelho chegar e depois vamos unir nossas armas! — disse Rafael assumindo a posição de segundo líder.

— Certo! — os outros três falaram juntos em concordância.

Nesse momento, Joaquim, ainda no modo civil chegou acertando um chute no monstro, seu golpe não teve muito impacto e ele caiu em pé no chão.

— Que corpo resistente… — disse Joaquim.

Rapidamente os demais se aproximaram dele.

— Vamos acabar logo com isso! — disse o guerreiro cor-de-rosa.

— Claro… — Joaquim sacou o seu celular e foi até o aplicativo de transformação. — Espírito protetor, invocar! — o aparelho eletrônico emite um intenso brilho vermelho, da tela que agora está totalmente dessa mesa cor escarlate saí uma onça-pintada da mesma cor e transparente como se fosse um espírito, quando o animal entra em Joaquim a transformação é concluída. — Guerreiro espiritual vermelho! Espírito da Onça-pintada!

— Guerreiro espiritual rosa! Espírito da Harpia!

— Guerreira espiritual azul! Espírito do Boto!

— Guerreiro espiritual verde! Espírito do Lobo Guará!

— Guerreira espiritual amarela! Espírito do Jacaré!

— Somos os protetores de Pindorama! Com o poder da natureza dessa terra, derrotaremos os espíritos malignos! Nós somos Os Guerreiros Espirituais, TUHPANGER!

O quinteto gritou em perfeita sincronia, uma explosão colorida acontece atrás deles, mas perece que o monstro não está intimidado pela frase de efeito ensaiada ou pelo espetáculo colorido.

— Acham que me colocam medo?! Estão errados! — gritou a criatura feita com pedaços da paisagem urbana.

Os Tuhpanger juntam suas armas, dessa vez não formam uma Mega Blaster, mas sim uma espada grande e aparentemente pesada, quem a segura é o líder, o guerreiro vermelho, entretanto, os demais estão perto emitindo suas energias poderosas para a tal espada especial.

— Chegou o seu fim! — disse Joaquim que inclinou a arma colorida para trás, a energia começou a se concentrar por toda a lâmina avermelhada. — Golpe final por Pindorama! Espada espiritual dos cinco protetores!

Quando o guerreiro vermelho joga a lâmina para sua frente, ela parece crescer com a energia liberada que rasga o monstro de concreto ao meio, fazendo várias explosão no local em que o mesmo se encontrava parado.

Nem um dos cinco sabiam, nem mesmo Joaquim, mas Roberta havia conseguido o alcançar e quando percebeu que ele se direcionava para os super-heróis coloridos optou por se esconder. A amiga se surpreendeu ao ver que o rapaz era o líder daquela equipe, ela não sabia explicar, mas naquele momento começou a ver Joaquim com outros olhos.

— Que bom que esse monstro foi bem fácil, diferente dos que apareceram na semana passada… — comentou Miguel chegando na Aldeia Perdida ao lado dos outros guerreiros.

— Assim temos mais tempo para encontrar o sexto guerreiro espiritual. — disse Rafael.

— Mas se ele não apareceu quando fomos recrutados, deve estar na mesma condição que a Iara. — disse Maria Inês pensativa.

— Concordo. — Katarina falou em seguida. — Lembram a reação dela quando perguntamos sobre o sexto guerreiro no dia em que fomos recrutados?

Os outros pensam.

O celular de Joaquim avisa que estava recebendo mensagens, ele sorri e se afasta dos seus amigos que ficam conversando sobre onde estaria o sexto membro e o que ele poderia ser.

Joaquim abre as notificações, eram mensagens de Roberta pedindo para ele encontrar ela numa praça, pois precisava conversar com o rapaz. Era a mesma praça em que ele lutou contra o monstro alguns minutos atrás, o guerreiro vermelho estranha, entretanto decide ir.

— Roberta! — chamou Joaquim chegando a praça, Roberta levantou do banco de madeira e sorriu ao ver o amigo. — Queria falar comigo? Aconteceu alguma coisa na universidade? Com o Jonathan?

A garota nega com a cabeça, ela coloca o cabelo atrás da orelha, sorri para o mais alto.

— Eu vou terminar com ele.

— Oi? — perguntou o rapaz surpreso. — Por quê?

— Eu percebi que gosto, na verdade que eu sempre gostei de outra pessoa. — ela sorri olhando para ele, Joaquim sente que alguma coisa ali não estava certa. Decide perguntar:

— Quem?

— Você.

— Eu?!

— Mestre… — disse Solaris entrando na sala de Abaçay que se encontrava sentado em seu trono. O espírito maligno encara seu subordinado e pergunta:

— O que aconteceu, Solaris?

— Eu estava lendo algumas pinturas sobre os antigos guerreiros espirituais e notei uma coisa, eram seis humanos. Estamos lutando com cinco humanos.

— Sim. — disse o espírito antigo. — Assim como aquela jovem que está como mentora dos pirralhos, ele ficou preso. Mas esse sexto guerreiro está preso em outra dimensão, adormecido.

— Então… — disse Solaris pensativo. — Podemos usar esse guerreiro como nosso aliado…

— Tarde demais. — disse a bruxa Cuca entrando no salão.

O cavaleiro do sol encara a feiticeira com aparência de reptil e diz:

— O que você quer dizer com isso, bruxa?!

— Mestre Abaçay. — disse Cuca ajoelhando em frente ao seu mestre.

— Diga, Cuca.

Ela levanta antes de começar a falar.

— Eu sei onde está esse sexto guerreiro, eu mesma o prendi em uma dimensão mágica em que ele dorme até hoje. Quando o acordarmos, posso usar outro feitiço para fazer com que ele acredite que os outros Tuhpanger são seus inimigos.

Abaçay sorri e em seguida solta uma risada animada.

— Pode seguir em frente com seu plano, Cuca.

Cuca se vira para deixar a sala, mas antes lança um olhar direto para Solaris. Ela tinha vencido aquela batalha na guerra fria dos dois.

— Você tem certeza disso, Roberta? — perguntou Joaquim nervoso e preocupado, afinal, se tratava da sua amiga e também da namorada do seu amigo.

— Sim, Eu percebi que gosto de você desde que… — ela hesitou antes de falar, Joaquim ficou confuso por alguns momentos, então, ela decidiu revelar. — Desde que eu vi que você é um daqueles heróis coloridos… Como é mesmo o nome? Tu… Tupi… Tu-Tuhpan… Tuhpanger!

— Roberta. — o líder dos Tuhpanger não conseguia formular sua frase, mas tinha que perguntar. — Como você sabe disso? Quero dizer, quem te contou? Porque deve ser mentira…

— Ninguém me contou, eu vi com meus próprios olhos. Depois que você saiu correndo da quadra da universidade, eu fui atrás de você e, então, o vi com os outros coloridos.

— Então, você percebeu que gosta de mim por isso? — perguntou Joaquim.

— Ué, sim. — respondeu Roberta sorrindo, então, ela parou e pensou. Decidiu dar outra resposta. — Não, não só por isso. Eu tive a certeza, é diferente. A certeza de que eu gosto de você, um cara o corajoso o suficiente para se colocar em risco pelos outros…

A garota acariciou o braço do rapaz, mas, como em um reflexo involuntário, ele afastou seu braço.

O seu celular começou a apitar, era o chamado do aplicativo de transformação. Salvo pelo gongo. Colocou o aparelho perto da sua orelha.

— Pode falar… — disse o guerreiro vermelho.

Um monstro apareceu, vou mandar o local para você por mensagem. — disse a voz de Katarina do outro lado.

— Entendi, estou indo. — Joaquim encerra a chamada e em seguida olha para a sua amiga. — Tenho que ir, mais tarde a gente volta a conversar sobre isso…

Joaquim saiu correndo, não queria ficar mais nenhum segundo ao lado de Roberta. Nunca havia ficado tão agradecido por um monstro aparecer mesmo que ele tenha aparecido no mesmo dia em que acabaram de derrotar outro.

Assim como o que havia sido derrotado mais cedo, o monstro com quem os quatro guerreiros espirituais, já transformados, estavam batalhando também tinha em seu corpo feito de concreto, coisas que poderiam se encontradas na cidade. Canos, placas, paralelepípedos e etc.

Já estava entardecer.

— Hoje eles estão sem criatividade… — comentou o guerreiro verde ao lado dos outros.

— Justo no dia em que mandaram dois monstros… — completou a guerreira azul.

— Dessa vez vocês não vão me derrotar porque eu fui criado exclusivamente para derrotá-los! — o monstro jogou sementes para o alto que, antes de caírem no chão, viraram Soldados.

O guerreiro vermelho chegou em seguida, com um giro no ar e caindo no meio dos seus colegas, também já usando seu traje.

— Demorei? — perguntou o líder.

— Um pouco, mas agora não temos tempo para conversar sobre isso… — respondeu o guerreiro vermelho.

Os cinco foram em direção aos seus oponentes, o vermelho e o cor-de-rosa ficaram com o novo monstro feito de concreto, enquanto os demais cuidaram dos soldados.

Com sua espada da onça-pintada, o guerreiro vermelho chegou acertando um golpe no tronco do monstro saltando faíscas, mas fazendo pouco dando ao mesmo. Com o seu martelo da harpia, o guerreiro cor-de-rosa chegou acertando a cabeça do oponente em um salto, quando caiu e girou no chão, ao levantar se defendeu do contra-ataque com sua arma. No mesmo instante, Joaquim acertou mais golpes com sua espada naquele monstro de pedra.

O monstro se virou para atingir Joaquim, rapidamente Rafael carregou a energia da sua marreta e acertou um golpe de baixo para cima, jogou o monstro para o alto e ele caiu alguns metros longe dos dois. Em comemoração, o vermelho e o cor-de-rosa chocaram seus punhos.

— Mandou bem… — disse Joaquim rindo.

— Seus cretinos… — disse o monstro levantando do chão.

Os demais Tuhpanger se juntaram ao líder e o guerreiro da harpia. Uma forte luz surgiu ao lado da criatura feita de concreto, um portal e dele saiu Solaris com uma espada e um escudo.

— Guerreiro vermelho, lute comigo! Deixe os seus amigos lutarem com esse monstro. — disse o cavaleiro do sol.

— Pessoal… — disse Joaquim segurando sua espada em modo de ataque. — Vamos!

Joaquim ficou parado, enquanto os outros quatro saíram correndo em direção ao monstro de pedra. Solaris saiu correndo em direção ao guerreiro vermelho.

Solaris levantou sua espada para atingir um golpe em Joaquim, porém o guerreiro espiritual foi mais veloz e defendeu com a lâmina vermelha da sua espada, chutou Solaris para longe e os dois continuaram com a luta de espadas. Cada vez que um ia acertar o outro defendia com sua lâmina, ficaram assim por vários momentos, mudando de posição e saltando conforme iam batalhando.

— Desista, vermelho. — disse o cavaleiro.

— Você vem pedindo isso desde o começo, mas sabemos que eu nunca vou desistir! — disse Joaquim em um tom de voz mais alto, então, acertou vários golpes com sua espada na armadura de Solaris.

Então, Solaris usou seu escudo para afastar o guerreiro vermelho para longe.

Um portal abriu entre os dois, a feiticeira Cuca saiu e levou seu olhar imediatamente para Solaris.

— A hora da brincadeira acabou, preciso de sua ajuda naquele assunto. — disse a bruxa.

— Em outro momento lutamos, guerreiro vermelho. — disse Solaris, suas armas sumiram como poeira ao vento. — Mas quando eu voltar, estarei acompanhado de um companheiro mais forte do que vocês cinco juntos!

Cuca estala seus dedos e um segundo portal engole o monstro que lutava com os outros quatro. Ela e o cavaleiro do sol entram no primeiro portal. Os demais se aproximam de Joaquim.

A noite já havia chegado.

Na aldeia perdida, os guerreiros espirituais se encontram com Iara na Aldeia Perdida como ela havia pedido assim que a luta acabou. A indígena parecia preocupada, os cinco jovens adultos sabiam que ela tinha uma coisa importante para contar.

— Estava procurando algumas informações sobre o sexto guerreiro espiritual. Eu nunca soube o que houve depois que fui levada para cá, para esse lugar de proteção, pensava que ele havia morrido como aconteceu com os outros cinco guerreiros. — começou Iara.

— Ele não morreu? — perguntou Miguel.

— Não. — em seguida a indígena continuou. — O sexto guerreiro foi capturado pela feiticeira de Abaçay, a Cuca.

— Então, precisamos ajudá-lo. — disse Katarina.

— Um resgate! — Joaquim disse determinado.

— Não, não é assim. — Iara falou em um tom entristecido. — Não sei onde que esse guerreiro se encontra, assim como esse lugar em que estamos fica em uma espécie de dimensão separada da realidade lá fora, ele deve estar preso em algo semelhante.

— Espera… — disse Rafael absorvendo as informações dada pela mentora. — Então, quer dizer que eles, os caras maus estão com o sexto guerreiro que pode ser uma mão na roda para a gente?

— Não sei se entendi o que você quis dizer. — respondeu Iara. — Mas creio que a resposta seja sim!

— Que ótimo! — disse Joaquim se afastando, passando a mão sobre seu cabelo, apertava sua boca e seus olhos estavam cansados. — E se eles usarem esse sexto guerreiro contra nós?

— Claro que eles vão usar. — disse o membro mais jovem, dando de ombros. — É isso que acontece em Power Rangers, em Super Sentai também. — todos olharam para Miguel, eram olhares que transitavam de julgamento para uma confusão de quem não entendia o que o rapaz estava falando. — A boa notícia é que o sexto ranger sempre retorna ao lado do bem. Ou morre, depende se é Estados Unidos ou Japão…

— Isso não é ficção, Miguel. É vida real. — disse Maria em seguida. — Esse problema parece bem grande para suas comparações.

O guerreiro verde apenas ergueu suas mãos, ficando em silêncio.

— Vamos precisar treinar mais. — disse Katarina preocupada. — Isso quer dizer que vamos precisar deixar nossas vidas civis.

— Eu posso criar cópias de vocês. — Iara disse deixando todos em silêncio. — Desculpa não ter falado isso antes, mas é uma magia que só poderia realizar em situações especiais. Como essa.

— Como funciona isso. — perguntou Rafael cruzando seus braços, arqueou sua sobrancelha e fixou seu olhar no espírito.

— Eu crio bonecos de barro com alguma coisa de vocês, como um pouco dos seus cabelos ou algum objeto muito pessoal, roupa e etc. Com a minha magia consigo criar uma réplica e quando voltarem, as lembranças retornaram para sua mente. — explicou Iara.

— O que vocês acham? — perguntou a guerreira amarela.

— Bom, temos uma missão maior que as nossas vidas pessoais. Já que vamos ter as memórias do que aconteceu durante esses dias… — disse Rafael em um tom pensativo, ainda estava analisando em sua cabeça a decisão.

— Eu não vou precisar de uma cópia. — respondeu Joaquim. — Vou avisar que vou viajar para alguma coisa, invento uma desculpa para minha família. Aconteceu uma coisa, acho que esse tempo longe vai me ajudar a pensar.

— Bom, acho que tirando o Joaquim, todos nós aceitamos, não? — perguntou a guerreira azul.

Os demais responderam confirmando.

— Então, vou preparar o feitiço. — sorriu Iara. — Tragam coisas para vocês passarem os dias aqui. — em seguida a indígena se afastou.

— Você vai embora? — perguntou Roberta chocada, ela começou a bater em Joaquim com rápidos tapas. — Depois de eu me declarar para você!

Depois de se defender dos tapas, o rapaz conseguiu segurar a garota pelos braços. Roberta o encarava com raiva e decepção.

— Eu vou ter que ir porque vamos ter que enfrentar um inimigo mais forte do que a gente. Um sexto guerreiro que foi capturado antes de eu e os meus amigos sermos escolhidos. — explicou Joaquim e em seguida soltou a jovem. — Eu também preciso pensar sobre o que você me disse. Você também deveria pensar antes de terminar com o Jonathan.

— Pensar? — ela perguntou em tom irônico.

— Sim. Você percebeu que gosta de mim por que gosta de mim de verdade? Tipo, realmente gosta de mim ou, então, por que descobriu que sou uma espécie de super-herói?

Roberta ficou em silêncio, pareceu se encolher e cruzou seus braços. Depois de alguns segundos, olhando para o chão, ela voltou a encarar Joaquim e disse em um tom mais calmo do que o anterior:

— Boa sorte em sua missão.

— Obrigado. — respondeu Joaquim.

— Então é isso… — disse Katarina jogando sua mochila junto com as outras. — Vamos ficar aqui até esse sexto guerreiro aparecer?

— E derrotamos ele. — respondeu Joaquim entrando na Aldeia Perdida ao lado de Rafael.

— Vamos ter muito trabalho também. — disse Maria Inês ao lado de Katarina. — Eu trouxe algumas coisas para a gente fazer refeições porque sei que vocês não iriam pensar nisso…

— Cheguei! — disse Miguel entrando com sua mochila nas costas, a mochila parecia bem recheada.

— O que você tem aí? — perguntou o guerreiro cor-de-rosa abrindo a mochila do guerreiro verde e tirando de lá pacotes de salgadinho. — Salgadinhos? — perguntou encarando o adolescente.

— Preciso comer. — respondeu Miguel pegando os pacotes novamente.

— Mas são só porcarias, Miguel. — disse Maria em um tom de preocupação.

— Sei que vocês são mais velhos, mas não vão dar uma de pai e mãe para cima de mim, não é mesmo? — perguntou Miguel em um tom ácido deixando sua mochila ao lado das outras.

Enquanto isso, na caverna em que Abaçay está preso, na sala de Cuca, se encontra um corpo humano deitado numa cama feita de pedra. É o corpo de um homem, um indígena de cabelos negros e as pinturas antigas ainda presentes em seu corpo. Usa apenas um tapa sexo até um pouco curto para uma história que deveria ser classificação LIVRE.

Cuca analisa aquele bom com atenção, então, Solaris e Abaçay entram na sala da caverna. O mestre também deixa seu olhar em cima daquele ser humano, seu olhar interessado já pensando nas possibilidades que poderiam fazer.

— O que você vai fazer, afinal? — perguntou Abaçay em um tom de voz bastante interessado.

— Vou bagunçar as memórias dele, mestre. Fazer ele acreditar que seus inimigos são os Tuhpanger. Com esse guerreiro ao nosso lado, conseguiremos derrotar aqueles cinco idiotas! — respondeu a feiticeira animada, cheia de excitação com o que aconteceria no futuro.

Apenas Solaris não enxergava aquele guerreiro com bons olhos, na verdade via um inimigo ao seu posto ao lado de Abaçay. Ele foi recrutado de outra cultura mística para ajudar o demônio indígena e cumprir adequadamente com seu papel significava deixar sua honra intacta.

Ao mesmo tempo ele não era idiota, Solaris saberia usar aquele ser humano ao seu favor quando necessários durante as batalhas.

つづく…

CONTINUA…

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