Tuhpanger

Tuhpanger | Episódio 07

Sobre a mesa ao lado da fonte de água da Aldeia Perdida, Maria Inês serve um bolo junto com pratos e talheres de metal. Todos os guerreiros e também Iara se reúnem ao redor da jovem portuguesa. O cheiro delicioso do bolo rouba a atenção de todos, a aparência dá a entender que o seu sabor deve ser divino. Decorado com fios de ovos e nozes por cima do chantili branquinho. — O que é esse doce? — perguntou Iara curiosa. — Um bolo. — respondeu Maria Inês sorrindo, orgulhosa de si mesa. — Um bolo? — perguntou Joaquim, o guerreiro vermelho. — Sim. — respondeu a guerreira amarela. — Vou participar de um programa de culinária na televisão e irei fazer essa receita, mas antes quis trazer para vocês provarem. — Ótimo! — disse Miguel, o guerreiro espiritual verde. — Vamos comer, eu adoro bolo. — Que sabor é esse? — perguntou Katarina, a guerreira azul. — Marta Rocha. — respondeu Maria Inês. — Marta Rocha… Eu gosto, apesar de ser muito doce. — disse Rafael, o guerreiro cor de rosa. — O que é isso, bolo? — perguntou o espírito indígena curiosa. — É uma sobremesa, Iara. — explicou Maria Inês. — Claro que você não deve conhecer porque se tornou protetora da aldeia anos antes da chegada do meu povo aqui. Bolo é uma mesa bem fofinha com recheio doce dentro, vou cortar um pedaço para cada um. Tenho certeza de que você vai gostar. Maria Inês corta as fatias de bolo e distribuí nos pratos, em seguida entrega cada um para os que estavam ali. Fica ansiosa esperando a resposta dos seus amigos. — Hmmm… — começou o guerreiro vermelho após comer o primeiro pedaço da sua fatia de bolo. — Esse programa que você vai participar, é uma competição? — Sim, por quê? — perguntei a guerreira amarela. — Porque com certeza você vai vencer! — responde Joaquim rindo. — Isso tá muito bom. — Sabe, normalmente eu não sou muito fã desse sabor, Maria, mas o seu está perfeito. — disse Katarina depois de comer a sua fatia inteira. — Eu quero até mais um pedaço. — Pode deixar… — a portuguesa pega o prato da amiga com a finalidade de lhe servir mais um pedaço. — Esse doce realmente é muito bom, parabéns pela sua culinária, Maria Inês. — disse Iara sorrindo também. — Já sei com quem vou encomendar o próximo bolo do meu aniversário. — disse Miguel enquanto comia. — Come de boca fechada, ó! — logo em seguida Rafael acertou um tapa na nuca do mais novo e depois levou seu olhar para a colega doceira. — Quando é esse programa que você vai participar? — Na verdade é hoje a tarde, daqui a pouco vou para a emissora. É uma competição em que cada episódio tem um vencedor. É para um programa vespertino, no programa A Tarde é Nossa da OnTV. — explicou a ranger amarela. — Entendi. Boa sorte. — disse o capoeirista. Mais tarde nesse mesmo dia, Maria Inês chega na sede da emissora OnTV onde participará do programa vespertino em um quadro de competição entre profissionais da cozinha. Ela é recebida pelos seguranças na porta onde a reconhecem pelo crachá que já havia sido feito alguns dias atrás. Juntos com os demais competidores, Maria Inês visita os estúdios da emissora. Ela fica encantada quando visita a gravação de uma novela chamada “Poeiras Estelares”. Maria Inês bateu palmas quando assistiu a cena de beijo do casal principal, mas parou quando o diretor pediu para ela ficar em silêncio. A guerreira do espírito do jacaré colocou o material que trouxe de casa e que usaria para fazer sua receita, eram seus utensílios da sorte. Sorriu olhando para eles, então, sua atenção foi chamada porque o diretor do programa iria explicar como funcionária o quadro naquele tarde. … Joaquim e Rafael treinavam na aldeia perdida, ambos sem camisa e já suados pelo tempo em que estavam presos naquilo. Se encontravam apenas eles ali até a chegada de Miguel com o uniforme da sua escola, o mais novo olhou para os lados e em seguida se aproximou dos mais velhos, porém não muito perto para não levar um golpe acidentalmente. — Onde está Katarina? — Ela foi buscar uma televisão para a gente assistir a Maria daqui. — respondeu Joaquim se esquivando de um golpe de Rafael. — Como vai ligar uma televisão aqui? — Com um gerador portátil. — respondeu Rafael que segurou o chute do guerreiro vermelho que estava vindo em sua direção. — Maneiro. — sorriu o líder e em seguida se recompôs. — Quer treinar, Miguel? — Não, não tenho certeza… — disse o Verde. — Vocês não me passam muito autocontrole quando estão treinando, prefiro treinar com as meninas porque elas sabem não passar dos limtes. — Você quem sabe. — disse o Rosa rindo. Katarina chegou carregando uma mini televisão, porém de um tamanho médio para uma minitelevisão, o gerador em outra. — Me ajudem aqui. — pediu a Azul. — Alguém coloca a televisão em cima da mesa para mim… Joaquim o fez, colocou a minitelevisão em cima da mesa. Então, Katarina arrumou tudo para eles poderem assistir a amiga durante sua aparição na TV. — Mas o sinal vai pegar aqui? — perguntou Miguel com um tom de descrença na voz. — A gente não tá, tipo, num lugar escondido da realidade? — só foi o adolescente terminar de falar que a televisão ligou com um perfeito sinal. — Ah, olha só parece que os sinais dos satélites chegam aqui. — Para de ser… Para de ser adolescente, Miguel, não precisamos saber como a televisão recebe sinal aqui, só precisamos ver a nossa amiga no seu momento especial. Miguel dá de ombros. — A gente vai ter que aguentar essa velha contar quantas fofocas antes da competição? — perguntou o guerreiro vermelho de braços cruzados. — Não faço ideia, mas logo

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Tuhpanger | Episódio 06

— Preciso acertar no monstro dessa vez. O mestre não vai permitir que continue perdendo para os Tuhpangers! — Cuca falava consigo mesmo enquanto analisava as outras estátuas do arsenal de monstros da caverna. — É melhor ter mais sorte dessa vez, bruxa. O mestre Abaçay já está começando a perder a paciência dele! — disse Solares entrando na caverna. — Mesmo que alguns monstros tenham perdido as batalhas, ainda assim conseguimos captar energias para fortalecer o mestre. — rebateu a bruxa. — Continue perdendo que em breve Abaçay irá se livrar de você. Em seguida o cavaleiro do sol deixou a caverna. — Droga! — exclamou Cuca. — Já sei qual monstro eu vou acordar dessa vez… A feiticeira caminhou até uma estátua que lembrava um macaco esguio, então, com seu cetro mágico ela trouxe aquele monstro a vida novamente. — Kampa-Ínki ao seu dispor! — disse o monstro macaco se ajoelhando em frente a feiticeira. — A sua missão é clara, monstro. Derrotar os guerreiros espirituais Tuhpanger e recolher energia humana para fortalecer Abaçay! — Abaçay voltou a vida? — Sim, depois de várias décadas adormecido o mestre voltou. — Então pode deixar que vou acabar com esses Tuhpanger e trazer energia ao mestre dos mestres! — Kampa-Ínki falou com animação. … — Guerreiros espirituais! Tem um monstro atacando o centro da cidade, se trata de Kampa-Ínki, tomem cuidado com ele, pois além de ser bastante ágil esse monstro também consegue entrar na mente humana deixando as pessoas adormecidas dentro de um pesadelo. Quando os cinco guerreiros, já transformados, chegaram ao local em que Kampa estava atacando, presenciaram o monstro colocando o quinto civil para dormir no meio da praça. Ao avistar os seus inimigos, o monstro macaco rapidamente fixou seu olhar neles. — Meus alvos principais! — gritou Kampa-Ínki. — Quem vou atacar primeiro, hein? Vejamos aqui… O monstro jogou sementes para o alto e quando chegaram ao chão, se transformaram em um pequeno grupo de peões. — Guará vem comigo! — disse o líder da equipe. Os dois saíram correndo na direção em que o monstro macaco fugiu. Os outros três ficaram no campo de batalha com os peõs. — Marreta da Harpia — gritou o guerreiro rosa enquanto girava acertando vários peões ao mesmo tempo, então, ele deu um pulo para o alto e preparou sua marreta. Quando golpeou o chão, uma energia rosa explodiu acertando os oponentes que estavam a sua volta. Enquanto isso, a guerreira azul utilizava rapidamente as flechas de laser que saiam do seu arco e ali perto, a guerreira amarela derrubava cada peão com seu bastão. Até que os três se uniram com os poucos inimigos que sobraram. — Restaram poucos. — disse a amarela. — Então vamos acabar com eles no braço! — disse a guerreira azul com muito animação. Então, o guerreiro espiritual da Harpia girou em um golpe de capoeira, acertando em cheio o pescoço do que estava mais perto. Com aquela deixa as outras guerreiras começaram a batalhar sem o uso de suas armas. — Espada da Onça! — gritou o guerreiro vermelho quando acertou um golpe em Kampa-Ínki. — Droga! O monstro caiu de joelhos no chão, parecia estar derrotado. Os dois guerreiros que estavam ali estranharam, então, o guerreiro verde se aproximou do vermelho. — Isso foi fácil demais… — sussurrou o lobo guará. — Eu sei. — respondeu a onça vermelha. Aos poucos o monstro desapareceu, como se nunca tivesse existido. Confusos, os rapazes tentavam entender o que havia acontecido, todavia nenhuma teoria surgia em suas cabeças. Nesse mesmo momento os outros três chegaram ao local. — O que houve? — perguntou Rafael. — Ele sumiu. — respondeu Miguel. — Como se nunca tivesse existido. — Mas isso, com certeza, deve ser apenas um golpe dele. Precisamos ir até a aldeia perdida falar com Iara! Os demais concordaram. — Ele sumiu? — perguntou Iara confusa. — Sim, logo depois do ataque que eu fiz. — respondeu Joaquim. — Foi como se ele nem fosse real. — Talvez ele não fosse. — questionou a indígena. — Vejam bem, como eu já disse, esse monstro tem a habilidade de entrar na mente das pessoas. Ele ainda está vivo e vai voltar em breve. — Vamos procurar por ele? — perguntou Rafael. — Não, ele não é fácil de se encontrar. Vamos voltar as nossas rotinas, quando ele aparecer vocês entram em ação e enquanto isso, eu vou procurar uma maneira de derrotá-lo. Os jovens voltaram para suas vidas até momento do monstro retornar. Miguel aproveitou esse acontecimento para voltar ao centro comunitário em que treinava judô. Frequentava aquele lugar desde que era criança e, agora terminando o ensino médio, estava sendo considerado um dos nomes do futuro do esporte no Brasil. Pensava em começar a dedicar totalmente sua vida para o judô, mas queria primeiro terminar o ensino médio e cursar educação física em alguma universidade federal. Quando chegou ao centro comunitário se deparou com Marcelo, uma jovem garota que ajudava a cuidar da parte administrativa conversando com dois homens de terno. Assim que esses homens deixaram o lugar, Miguel se aproximou de Marcela e perguntou o que havia acontecido ao notar o semblante entristecido em eu rosto. — Acho que infelizmente dessa vez vamos ter que vender o prédio, Miguel. As dívidas estão aumentando cada vez mais e acabamos de receber um ultimato. — Não, isso não pode acontecer. Eu cresci aqui. — Infelizmente, é a verdade… Marcela deixa o rapaz sozinho, pensativo. — Meu Deus, não pode ser. Isso deve ser um pesadelo. … — Como ele está? — perguntou Joaquim sentado ao lado do corpo do guerreiro verde. Miguel estava inconsciente, estava sendo mantido em um aparelho que media seus batimentos cardíacos. — Ele tá instável. — respondeu Katarina analisando o monitor. — Mas eu ainda me preocupo porque não sabemos o que está acontecendo em sua mente. — Iara disse que se ele morrer durante seu pesadelo, ele vai morrer

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Tuhpanger | Episódio 05

Em algum lugar dentro do rio amazonas está localizado o esconderijo de Ipupiara, uma caverna subaquática que também tem um portal que leva diretamente para a tumba de Abaçay. Quando Ipupiara sai do pequeno lago que dá acesso a sua caverna, rapidamente ele solta Joaquim que havia sido capturado no episódio anterior. O guerreiro vermelho se encontra amarrado com cordas que lembram escamas de peixes. Nesse mesmo momento, através de um portal, Cuca entra. — Muito bem, você conseguiu capturar um guerreiro espiritual… — Sim, feiticeira! Diga ao mestre Abaçay que estou fazendo um ótimo serviço! — Ele ficará sabendo, mas não conte vantagens ainda Ipupiara, você capturou apenas um guerreiro espiritual, ainda faltam quatro! — Não se preocupe! — disse o monstro certo de si mesmo. — Vai ser fácil capturar os outros agora que estão sem o líder! — Pode ser verdade, então, não demore muito! Em seguida a feiticeira desapareceu. … Tentando colocar seus pensamentos em ordem, Katarina decidiu caminhar na praia. Era quase final de tarde, tinha que encontrar uma maneira de decidir o mais rápido possível entre continuar sendo uma guerreira espiritual ou, então, abrir mão do seu futuro nas olimpíadas. Sentou em frente ao mar, ficou em silêncio com seus pensamentos. Ao longe Inês se aproximava procurando pela a guerreira espiritual de cor azul. Também estava preocupada e tentaria convencer Katarina a não desistir de salvar o mundo. — Oi… — disse Inês ao sentar ao lado da garota loira. Katarina apenas sorriu, então, a portuguesa se sentiu segura para continuar. — Como você está? — Quer saber se eu vou desistir de ser uma guerreira espiritual? — Eu não queria ser tão direta assim, mas eu também perguntaria isso a você. Sabes, Katarinas, pense bem antes de decidir? Katarina suspirou. — Se eu não desistir de ser guerreira espiritual, vou desistir da minha carreira de atleta, não é uma escolha fácil. Não é como é para você, Inês. — O que quer dizer? — perguntou a morena confusa. — Se desistir da sua carreira como chef ou doceira, quando terminar essa batalha vai poder voltar, eu não. Se eu desistir agora, não vou ir para as Olímpiadas, vou perder um ano de treinamento e os patrocinadores. Katarina levantou, limpou a areia do seu corpo e disse antes de ir: — Então, não tente apressar a minha decisão. Inês ficou em silêncio, baixou sua cabeça e ouviu a outra se afastar. … Na aldeia perdida, Iara (com a ajuda da sua magia) rastreia a localização de Joaquim, Miguel e Rafael esperam Inês voltar da conversa com Katarina, a guerreira amarela retorna com uma cara de poucos amigos. Deixando os guerreiros rosa e verde preocupados. — Então? — perguntou Rafael. — Ela pediu para a gente não apressar a sua decisão. — respondeu Inês. — Não apressar? — perguntou Miguel alterado. — Estamos em uma encrenca, Joaquim, o nosso ranger vermelho foi capturado e estamos com duas baixas… — Calma, garoto. — pediu o guerreiro rosa. — As coisas vão se resolver. — CONSEGUI! — gritou Iara animada. — Venham guerreiros, venham! Consegui encontrar a localização do guerreiro vermelho. Todos se aproximam de Iara que estava em frente a fonte da aldeia perdida, vemos a imagem do rio amazonas refletido e um círculo brilhando intensamente. — Não entendi. — disse Miguel. — Ele está em uma caverna no fundo do rio. — explicou Iara. — Como vamos fazer? — perguntou a guerreira amarela. — Katarina. — disse o guerreiro rosa suspirando. — Sim. — concordou a indígena. — Precisamos convencer ela a, pelo menos, entrar na caverna e resgatar Joaquim. — Eu vou falar com ela dessa vez. — disse Rafael. Então, a fonte começou a borbulhar e mostrar uma praça do Rio de Janeiro onde Ipupiara atacava novamente. — Rafael vá falar com Katarina. Inês e Miguel, vocês conseguem? — perguntou Iara. — SIM! — Inês e Miguel responderam ao mesmo tempo. … Ipupiara está atacando pedestres que passam pela praça, o monstro peixe tocava escamas nos civis e com isso retirando a energia delas, mandava diretamente para Abaçay. A guerreira amarela e o guerreiro verde surgem, cada um de um lado, acertando chute no peitoral do monstro. Os dois guerreiros espiritual caem em pé no chão. — Estamos aqui para te derrotar. — disse a guerreira do jacaré. — Vamos acabar com você! — disse o lobo guará animado. — Dois? DOIS?! — gritou Ipupiara rindo. — Vai ser fácil acabar com vocês! O monstro se coloca em modo de batalha, então, Inês e Miguel também se colocam em posição de ataque e partem para cima ao mesmo tempo que Ipupiara faz o mesmo. A guerreira amarela prepara um chute para acertar bem na cara do monstro peixe, porém ele segura sua perna e ao enxergar uma chance o guerreiro do lobo guará o derruba com uma rasteira. Rapidamente Ipupiara se levanta e contra-ataca os dois usando suas escamas como lâminas. Ao serem acertados, faíscas saltam do uniforme amarelo e verde, eles caem para trás. — Vocês vão ser engolidos por mim! — gritou Ipupiara preparando a sua boca. — Bastão réptil! — gritou Inês e, como magia, seu bastão apareceu entre seu punho, acerta um belo golpe na cara do monstro, fazendo com que ele gire para o lado. O verde fica em pé e saca sua pistola a laser, acertando vários tiros. … — O quê? O rio amazonas? — perguntou Katarina incrédula. — Sim. Iara quer que você vá até lá, vai mergulhar e descer até a caverna. Salvar Joaquim, provavelmente as pessoas civis engolidas também devem estar lá. — explicou Rafael. A loira andou de um lado para o outro, pensativa. — Minha possível ultima missão. Nada mais justo do que ajudar Joaquim que foi capturado por minha calça. — Katarina sorriu. — Tudo bem, eu vou. — pegou seu celular, acessou o aplicativo de transformação. — Iara, como eu uso esse poder? — Você terá que estar

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Tuhpanger | Episódio 04

Subiu a escada até o alto, vestia seu maio e a sua touca bem colocada para prender seus cabelos. Quando chegou à ponta da tabua pulou três vezes e na quarta vez foi o momento em que se jogou com tudo na água, girou no ar — nesse momento os seus colegas que estavam assistindo comemoraram aquele movimento com gritos de felicidade. — Quando caiu na água foi até o fundo e retornou a superfície, nadou rapidamente até o outro lado da piscina. Muito antes de ter se tornando uma guerreira espiritual, Katarina já havia se tornando uma eximia nadadora. Seu treinador a ajudou a sair da piscina e em seguida lhe entregou uma toalha limpa. — Muito bem, Katarina, mas se você quiser chegar as olimpíadas vai ter que melhorar mais um pouco. Vamos ter que aumentar seu treinamento aí. — disse o treinador. — Aumentar? — Sim, aumentar. Você vai ter que começar a vir de tarde também, depois das suas aulas e treinar até o anoitecer. — Treinar até o anoitecer. — Vai me dizer que estará ocupada? Sim, ela estaria ocupada treinando seus golpes de luta na aldeia perdida e também lutando contra os monstros enviados por Abaçay. Quando Katarina começou ser uma Tuhpanger não pensou que teria que deixar sua carreira de nadadora de lado, porém ela não poderia desistir daquele sonho tão facilmente assim. Estava tão perto de conseguir o que tentou sonhou. Daria um jeito de conciliar a sua vida de atleta, sua vida de estudante e os seus momentos de heroína quando estivesse batalhando contra o exército de Abaçay. — Então, o que você tem para me dizer? — questionou o treinador visivelmente sem paciência. — Eu vou conseguir, pode confiar em mim. — respondeu a garota loira cheia de confiança por fora e cheia de incertezas por dentro. … Cuca estava analisando as estátuas da caverna, escolheria o próximo monstro que atacaria e tentaria derrotar os guerreiros espirituais em breve. Tinham muitas ótimas opções, mas teria que ser certeira para que os Tuhpanger caíssem de vez. A feiticeira sabia que não poderia decepcionar o seu mestre, pois corria o risco de ser apagada da existência se a derrota anterior se repetisse. Lentamente se aproximou da estátua que lembrava um homem meio peixe. — Você vai ser o próximo! — apontou seu cajado para a estátua e os raios envolveram a pedra em forma humanoide, aos poucos a estátua foi dando lugar a um monstro que ao mesmo tempo em que lembrava um peixe trazia vários detalhes humanos. — Estou vivo! — gritou a monstruosidade. — Sim, você está vivo. Ipupiara, você foi trazido ao mundo novamente para servir ao nosso mestre Abaçay mais uma vez. — Abaçay está vivo? — perguntou Ipupiara surpreso. — Sim, precisamos que você derrote os protetores de Pindorama! O ser meio peixe e meio humanoide bateu seus punhos com garras e em seguida soltou uma risada recheada de satisfação. Disse: — Pode deixar comigo, Cuca! Os animais espirituais vão se arrepender de terem juntado uma nova equipe de Tuhpangers. — Ótimo. Mas antes que você vá, venha comigo. A feiticeira levou Ipupiara até o seu salão, onde seu caldeirão se localizava e lhe mostrou a imagem da guerreira azul. — Essa é a protegida do espirito do boto, uma garota que gosta muito de nadar, mas parece que para ela entrar em uma competição moderna vai ter que se dedicar mais a isso do que ser uma tuhpanger, então, eu quero que comece desmoronando a confiança dela. — Como vou fazer? — o monstro questionou confuso. — Isso é um problema seu. — após dar de ombros Cuca foi embora, deixando Ipupiara pensativo. … Quando a perna de Inês voou em direção de Miguel, o guerreiro verde conseguiu desviar se abaixando e, então, deu uma rasteira na guerreira amarela que caiu de costas no chão de terra. Ao ficar de pé novamente, Miguel tentou acertar um ataque na mais velha que segurou o golpe do mais novo com seus pés e abriu sua guarda, Inês acertou um belo chute no peitoral de Miguel e assim o jogou contra a parede. Inês levantou do chão com um pulo. — Já vai desistir? — disse a tuhpanger da cor amarela em um tom de desafio. — Nosso treino tem que mostrar resultado, assim você não vai ter nenhum. — Vamos ver… Claro que não! — o tuhpanger verde riu e mais uma vez se colocou em posição de ataque, os dois voltaram a batalhar. Do outro lado da aldeia perdida, Rafael se encontrava treinando com um boneco de madeira, ainda precisa se acertar com seu espirito animal por mais que seu preconceito sobre a cor já havia sido vencido. Somente Joaquim e Kataria que ainda não haviam chegado para o treinamento diário e isso estava deixando Iara preocupada, pois qualquer falha no equilíbrio entre os protetores espirituais poderia acarretar em uma vitória para Abaçay. — Será que Joaquim e Katarina vão demorar? — perguntou a indígena em voz alta. — Daqui a pouco ele estão aí. — disse Rafael após dar uma pausa em seu treino. — Não consigo deixar de me preocupar… — de repente Joaquim entra correndo, mas a protetora da cor azul não estava ao seu lado. — E Katarina? — perguntou Iara rapidamente. — Ela não vem. — respondeu Joaquim normalmente. — Como assim? — Iara já estava nervosa. — É, como assim a Katarina não vem treinar? — perguntou Inês se aproximando com Miguel logo atrás, o adolescente também fez um questionamento: — Ela tá doente? — Não, ficou treinando na piscina para as competições. O treinador dela disse que se ela quisesse chegar as olímpiadas precisaria treinar mais do que já estava. — Mas Katarina também tem um dever com Pindorama. — disse Iara. — Mas é o sonho dela. — Joaquim falou se aproximando do outro boneco de madeira para treinar. A fonte de água da aldeia começou a borbulhar,

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Tuhpanger | Episódio 03

Enquanto Katarina auxiliada pelo rastreador do aplicativo de invocação procura por Rafael os outros Tuhpanger procuram pelo o monstro que no capítulo anterior aterrorizava a cidade do Rio de Janeiro. Rafael não se encontrava muito longe do local onde a tuhpanger azul o procurava, mas se encontrava bem escondido enquanto observava seu irmão mais velho cuidar de uma senhora idosa. Os dois demonstram serem bem íntimos e felizes um com o outro, como se fossem neto e avó, o guerreiro rosa sabia que não se tratava da avó deles porque ela havia falecido quando ainda eram novos. Os dois se encontram no pátio da casa e enquanto o rapaz limpa o pátio com um balde de água a senhora o observa sentada em uma cadeira de balançar. — Ele está aqui por perto… — sussurrou Katarina ao chegar a rua, estava certa, o tuhpanger rosa se encontrava ali por perto. A atenção da garota vai até a casa, ela observa o rapaz e a senhora idosa e então sua intuição a manda se aproximar. Quando Katarina se aproximou do portão, o rapaz negro caminhou até ela e com um sorriso disse: — Posso te ajudar? — sua voz era fina, parecia fazer parte de um grande musical. — Claro, eu… Eu queria te perguntar uma coisa, você me pareceu familiar. — sorriu a guerreira azul, então continuou falando: — Você conhece um rapaz, jogador de capoeira chamado Rafael Oliveira? Ele é alto e… — o outro a interrompeu. — É meu irmão. Desculpe, me chamo Ronaldo. Aconteceu alguma coisa com o meu irmão mais novo? — perguntou preocupado. — Não, mas pode acontecer com você. — respondeu Katarina. Ronaldo abriu o portão e em seguida Katarina entrou, os dois foram para a sala de estar da casa junto com a senhora na cadeira de balançar. Dolores é o seu nome. Sentaram no sofá, antes de continuarem a conversa Ronaldo serviu café e biscoitos para a convidada. — Então, poderia me contar melhor? — pediu o rapaz negro. — Sim, claro. Desculpa. — disse Katarina sorrindo. — Vocês acompanharam as últimas notícias? — Você diz dos monstros que apareceram e dos heróis coloridos? — perguntou Ronaldo rindo. — Sim, o mundo ficou de ponta cabeça. — Então, é sobre isso. Tem um monstro que… É difícil de explicar, mas ele deixa as pessoas com raiva e as deixa preconceituosas. O seu irmão foi atacado por esse monstro. Ele me contou a história de vocês, então, eu acho que ele, talvez, venha procurar por você. — Rafael? O meu irmão? — Vocês correm perigo, estou falando sério. — continuou Katarina. — Não viram a situação em que Rafael ficou. Ele me contou a história de vocês e eu tenho certeza que ele vai procurar por você e tomado de uma raiva que não é dele, com certeza vai tentar fazer algo de errado. — Rafael… O meu irmão, ele nunca foi agressivo comigo. Não entendo por qual motivo você achou que ele viesse atrás de mim para me fazer algum tipo de mal. — disse Ronaldo ainda sem compreender a situação. A guerreira azul suspirou e em seguida disse: — Escute, seu irmão não é mais o seu irmão. Ele está sendo controlado por uma raiva muito primitiva que não é dele. E o motivo de eu estar aqui, como eu já disse, seu irmão me contou sobre a história de vocês e deduzi que ele viria atrás. Vim para te avisar e eventualmente te proteger. — Me proteger? — perguntou Ronaldo confuso. — Mas como você pretende me proteger? Meu irmão luta capoeira. — Sim, quando chegar a hora… Se Rafael realmente vir até aqui, você entenderá. — Tudo bem. Eu vou levar Dolores até o quarto dela, volto daqui a pouco e a gente vai poder conversar mais sobre isso tudo… Tudo bem? — perguntou Ronaldo enquanto se levantava. A nadadora concordou balançando sua cabeça de forma afirmativa. Rafael ainda observava a casa do lado de fora, esperando uma chance de entrar e ir atrás do seu irmão mais velho. A cada minuto que passava sua raiva contra a existência do outro aumentava mais, a voz de seu pai dizendo coisas horríveis ficava intensa e frequente em sua mente ao longo dos segundos passando. Depois de colocar a senhora de quem cuida na cama para descansar um pouco, Ronaldo retornou a sala de estar onde Katarina o esperava nervosa com medo de que o tuhpanger rosa desse as caras a qualquer momento. — Você pode me explicar essa história direito? — pediu o mais velho. — Proteção, meu irmão sendo atacado por um desses monstros… A minha cabeça ainda não conseguiu assimilar tudo isso. — Claro. — sorriu a guerreira azul. — Tudo começou no primeiro ataque, eu… Seu irmão e mais três outros jovens adultos fomos escolhidos para usarmos os poderes dos espíritos animais protetores da Amazônia, então, tecnicamente ganhamos poderes para que possamos enfrentar essa ameaça. Bem, durante uma batalha, Rafael foi atingindo por esse monstro novo. — Você está me dizendo que vocês são esses tais de Tuhpanger que aparecem na televisão? Que enfrentam esses monstros? — pergunta Ronaldo confuso. Katarina afirma balançando sua cabeça. […] Em uma das praias da cidade maravilhosa o monstro Ralvix seguia atacando as pessoas. Atingia os civis com seus raios capazes de transformar até o mais calma animal em um agressivo descontrolado. As que não conseguiam escapar acabavam brigando com os demais ou então discutindo e Ralvix se divertia profundamente com as cenas que lhe eram proporcionadas durante toda a confusão. Porém, a sua diversão foi interrompida quando o guerreiro tuhpanger vermelho chegou disparando lasers com a sua pistola. Em seguida surgiram a amarela e o verde performando o mesmo ataque. Esses ataques a lasers fizeram com que faíscas saíssem do corpo de Ralvix como se fossem sangue. Os três ficaram de frente para o monstro que se recuperava dos ataques repentinos. — Tuhpanger malditos, eu vou fazer o mesmo

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