UM ESPECIAL GENÉRICO DE NATAL

ESCRITO POR: João Paulo Ritter

CLASSIFICAÇÃO:

PARTE 01

As decorações das lojas não se conectavam em nenhum nível com a realidade. Talvez apenas os pinheiros… Entretanto, a neve branquinha, o Papai Noel vestido dos pés à cabeça, os duendes, destoavam completamente daquele calor infernal que estava fazendo no início de Dezembro. Qualquer pessoa que estivesse com as pernas e os braços cobertos, estaria morrendo de calor.
O super-herói colocou uma de suas mãos acima de seus olhos, para tentar enxergar o que estava acontecendo no chão, ainda assim estava sendo difícil enxergar alguma coisa com a luz fortíssima batendo contra seu rosto.
— Que droga — disse o Anjo Noturno pousando na calçada. Caminhou até o poste mais próximo, encostou seu antebraço e sua cabeça nele. Respirando aos poucos.
— O que foi, Anjo Noturno? — pergunta a voz de Daniela.
— Eu não aguento mais… Eu não aguento mais… — respondeu o super-herói com a voz fraca. Em seguida ele olhou para o alto e ergueu suas mãos. — EU ESTOU MORRENDO DE CALOR!
— Certo… Volte para o QG, depois a gente corre atrás dos ladrões. Eu já tenho uma pista de onde eles podem estar. — disse Daniela em um tom compreensivo.
Sem pensar duas vezes, Anjo Noturno levantou voo mais uma vez, parecendo um foguete indo em direção ao espaço sideral.
Assim que passou pela a porta do galpão que servia como o seu quartel general, Miguel rapidamente retirou o óculos de esquiador que usava para ocultar sua identidade, com suas mãos em suas costas abriu o zíper do uniforme e foi descendo até sua cintura, deixando seu dorso e braços livres. Daniela ligou o único ventilador dali bem em cima do amigo, cruzou seus braços. A garota disse:
— Quando o Leandro voltar, vamos pedir para ele fazer um uniforme de verão para você.
— Tem… Água? — pediu Miguel.
— Tem na geladeira, espera aí.
— Pode deixar, não vou sair da frente do ventilador, não… — respondeu o rapaz, fechou seus olhos e deixou com que aquele vento secasse seu suor. Seu peitoral descia e subia conforme sua respiração retornava à normalidade.
Daniela entregou a garrafa de água para Miguel que a abriu com pressa, bebendo o líquido sem parar pra respirar.
— Meu Deus… — disse a garota surpresa. — Como não se engasgou?
— Não quero falar sobre isso.
Miguel levantou, seu corpo não estava mais suado, mas seus cabelos ainda estavam molhado.
— Você disse que… Sabia como procurar esses ladrões mais tarde. — disse o adolescente super-herói.
— Sim. — respondeu Daniela. — Na verdade, eu disse que eu tenho uma pista de onde eles podem estar, levando em conta nas coisas que roubaram.
Miguel cruzou seus braços. Perguntou:
— Hmmm… Você poderia ter falas mais expositivas, por favor?
Daniela respirou fundo.
— Claro. — disse ela forçando um sorriso. — Eles roubaram peças de geladeiras e freezers… Também notei que furtaram equipamentos de antenas. Com aquele software que o Leandro instalou antes de viajar, consegui rastrear um sinal muito interessante vindo de uma região perto do Rio Guaíba.
Daniela caminha até o computador do quartel general, em seguida mostra na tela o mapa do tal programa, indicando de onde vinha o sinal captado.
— Tá bom, mas por que eles roubaram peças de antenas parabólicas, freezers e geladeiras?
— Sei lá, não importa o motivo… É estranho, acho que isso deve bastar, né?
Miguel coçou sua nuca, seus lábios bem juntos. Em seguida, ele falou:
— Sinto falta da imaginação do Leandro… Ele disse quando volta?
— Parece que depois do ano novo, na primeira semana de janeiro. Seus pais querem passar as festas com a família no Japão.
Miguel suspira, aceitando a realidade.
— Beleza. Espero que ele se divirta por lá… Eu vou para minha casa, tá bom? Minha mãe pediu ajuda no mercado, para comprar as coisas para o natal.
— Okay, eu vou para minha casa também. Não sei como o Leandro consegue ficar aqui até tarde da noite, de dia já é assustador.

Quando chegou em sua casa, sua mãe havia acabado de chegar do trabalho. Para acompanhar ela no supermercado, primeiro o adolescente tomou um banho rápido. Já com uma roupa limpa, perfumado e com desodorante, o rapaz saí ao lado de sua mãe para fazer as compras para as festas de final de ano. Pela primeira vez, Miguel tinha como ajudar sua mãe em algumas compras. Na verdade, ele podia ajudar desde que os vídeos do Anjo Noturno começaram a ser monetizados pelo YouTube, uma ideia que venho de Leandro para ajudar o amigo.
Quando a mãe perguntou para o filho de onde havia vindo aquele dinheiro, então, ele disse que tinha feito uns trabalhos de revisão textual online e ganhado alguns trocados. A mulher desconfiou, mas não contaria ao filho, pois ela sabia que aquele dinheiro tinha uma origem diferente da desculpa, mas tinha medo de saber a verdade.
Já em casa, com as várias sacolas amarelas em cima de mesa, mãe e filho trabalhavam em um balé para guardar tudo que havia sido comprado e que deveria durar um mês, ainda mais porque boa parte daquilo tudo seria para a ceia de natal e ano novo. Antes de fechar o freezer da geladeira que se encontrava cheio de pacotes de frango, carne bovina e suína, o chester, Miguel sorriu com seu olhar brilhante por causa da leve lágrima que queria escapar.
Subiu para seu quarto com um pacote de salgadinho sabor requeijão que havia comprado especialmente para ele, pois merecia. Sentou em frente ao seu computador, o cômodo tomado pelo breu, apenas a luz da tela ligada. Deu play num episódio de anime que havia baixado ilegalmente na internet.
Deve ter assistido alguns episódios do anime… Talvez mais de uma dezena. Então, uma notificação pulou na ela, era de Leandro no Discord, enviou um áudio. O olhar de Miguel desceu até a barra do desktop, percebeu que já passava das dez horas da noite, isso queria dizer que no Japão já passava das dez da manhã. Clicou na notificação.
O chat abriu.
O áudio dizia o seguinte:

— Eai cara, acabei de ver o vídeo que a Dani postou — pausa. — FICOU BOM DEMAIS! Mas claro que se tivesse sido EU!

Miguel riu com a mensagem do amigo e decidiu responder, contando como havia sido quente aquela tarde de ronda e também implorando para um uniforme de verão quando Leandro retornasse ao Brasil. Os dois passaram algumas horas conversando, até o momento em que Miguel quase caiu no sono durante a conversa, se despediu do amigo e em seguida deitou em sua cama. Adormeceu sem cobrir seu corpo, apenas com uma bermuda de futebol, tudo para não passar calor.
Sentiu como se algo muito gelado havia sido colocado em cima do seu corpo, sentiu seus lábios tremerem e suas bochechas queimarem levemente, de repente acordou. Sua respiração pesada.
— Miguel! Tá nevando!
O adolescente escutou, mas ainda achou que estivesse sonhando. Quando saiu de cima da cama, pisando no chão, sentiu o gelado agarrar seu pé. Rapidamente voltou para sua cama e engatinhou até a janela ao lado. Quando abriu a cortina, percebeu que realmente estava nevando do outro lado do vidro.
Assistindo aquela cena improvável, a única coisa que Miguel poderia dizer foi a frase que saiu de sua boca nesse momento:
— Mas que carambolas é isso!?

Se encontrou com Daniela no quartel general do super-herói. A garota estava vestida com suas roupas mais quentes dos pés à cabeça, até de gorro saiu. Miguel também, vestiu uma japona roxa e uma touca preta, para combinar com o moletom que estava vestindo.
— Como isso aconteceu? — perguntou o rapaz.
— Acho que tem a ver com nossos amigos de ontem. — respondeu a garota.
— Os ladrões que roubaram aquelas coisas?
— Equipamentos de geladeira e freezer.
— Que tipo de ciência é essa?
— Isso a gente vai descobrir com eles, caramba! — disse Daniela enquanto sentava em frente ao computador, entrou no programa instalado por Leandro. Começou a rastrear novamente.
Miguel coçou sua nuca e em seguida se aproximou da garota.
— Por que a gente não deixa assim… Pelo menos, até Janeiro?
Daniela virou para ele, com a cara amarrada.
— Você ficou maluco? Sabe como um inverno desses, no sul do planeta, pode causar no clima mundial? Não está certo, quando uma coisa pode afetar negativamente as pessoas, é o seu trabalho desfazer. Não é?
Miguel suspirou, desistindo de sua ideia.
— Foi mal, pensei que poderíamos ter um natal de Hollywood uma vez na vida…
— Mas pensou de maneira burra… Ali, olha. — em seguida a garota apontou para o mapa. — O sinal perto do Guaíba está bem forte… Você deveria ir lá, os nossos ladrões com certeza estão por ali e essa nevasca está vindo desse ponto.
— Bom, vou vestir o uniforme… E acho que vou com essa japona por cima. Imagina como deve estar frio lá fora.
Rapidamente, Miguel foi trocar de roupa para poder combater o crime como o seu outro eu, o super-herói chamado Anjo Noturno.
A neve caía delicadamente enquanto o juvenil super-herói voava entre os flocos, indo em direção ao ponto do Guaíba de onde vinha o sinal captado no quartel general.
Conforme ia se aproximando do local, o nosso vigilante preferido notou uma coisa curiosa. Sentiu aquela energia se aproximando, já havia sentindo antes, quando enfrentou O Messias e quando lutou contra Combustor, era a assinatura do cristal roxo, o mesmo que lhe deu seus poderes. Isso só poderia significar apenas uma coisa.
Pousou em frente a um pavilhão abandonado, as janelas quebradas, a porta de ferro completamente enferrujada. A sensação da energia havia ficado mais morte, mais palpável. Anjo Noturno sabia que tinha que entrar ali. Respirou fundo e de maneira discreta, delicada, acertou um soco energizado contra a porta.
O pedaço enferrujado de metal voou para longe, indo para o outro lado daquele pavilhão, quando Miguel entrou encontrou um estranho equipamento feio de antenas parabólicas com peças de freezers e geladeiras.
— Nossa, nem estava esperando por isso. — disse Anjo Noturno para si mesmo.
Então, de traz desse equipamento, uma mulher apareceu. Vestia um maiô azul claro, sua pele era bem pálida, luvas da mesma cor do maiô e as botas também. Seus cabelos trançados eram prateados e desciam até seus quadris, seus olhos azuis como o céu sem nuvens.
— Bem-vindo, querido Anjo Noturno. — disse a mulher. — Me chamo Maria Frígida, sou a nova manda chuva da cidade, vou dizer como vai funcionar as coisas… Eu controlo o tempo e de quebra, controlo os poderosos… — depois de falar, a mulher começou a rir descontroladamente.
Anjo Noturno cerrou seus punhos, apertou seus lábios. Se preparando para o seu próximo passo.

INTERVALO

PARTE 02

Então, de traz desse equipamento, uma mulher apareceu. Vestia um maiô azul claro, sua pele era bem pálida, luvas da mesma cor do maiô e as botas também. Seus cabelos trançados eram prateados e desciam até seus quadris, seus olhos azuis como o céu sem nuvens.
— Bem-vindo, querido Anjo Noturno. — disse a mulher. — Me chamo Maria Frígida, sou a nova manda chuva da cidade, vou dizer como vai funcionar as coisas… Eu controlo o tempo e de quebra, controlo os poderosos… — depois de falar, a mulher começou a rir descontroladamente.
De repente um raio roxo atingiu a barriga da mulher, fazendo com que ela batesse contra a parede. Nesse instante, o Anjo Noturno estava com seus punhos fechados apontados nessa mesma direção. Lentamente, ele abaixou suas armas.
— Você é tão maluca que me pergunto se não seria errado bater em alguém tão esquizofrênica!
Rapidamente Maria Frígida ficou em pé.
— Vou te mostrar a esquizofrênica, seu anjo do Paraguai!
A mulher abre sua mão esquerda e em seguida uma espada de gelo vai crescendo e, enquanto isso, no seu outro antebraço aparece um escudo redondo. Rapidamente a vilã corre em direção do rapaz, prepara para atacar com sua espada, mas rapidamente o Anjo Noturno pula para trás, não antes da lâmina gelada fazer um corte em seu uniforme e um pouco em sua pele.
— Droga… — pensou o rapaz.
A mulher continuou avançando, então, o rapaz concentrou sua energia ao redor do seu corpo. Criando uma fina camada roxa, mas quando a lâmina acertou novamente seu corpo, não houve nenhum tipo de perfuração.
— Você não vai impedir meu reinado gelado, Anjo Noturno! — gritou Maria Frígida.
Com seus punhos brilhando intensamente na cor roxa, tenta socar a vilã que se protege com seu escuto, entretanto a proteção de gelo trinca. Assustada, os olhos de Frígida ficam arregalados, com a pupila bem pequena.
Seu corpo gira e ela acerta um chute na cabeça de Anjo Noturno que caí no chão.
A mulher caí em pé.
Com o super-herói ainda no chão, a mulher corre na sua direção e salta para o alto, no ar ela prepara sua lâmina para acertar um golpe final no adolescente, mas o Anjo Noturno é rápido e consegue acertar um disparo de energia na lâmina do gelo que se quebra.
Anjo Noturno levanta e encara a vilão. A energia do cristal roxo retorna ao redor do corpo dela e ela joga longe sua espada e escudos, cerra seus punhos com força, aperta seus lábios e fecha seus olhos. Miguel arqueia sua sobrancelha, não compreendeu o que viria dali.
— Anjo Noturno está me escutando? — Daniela soou no ouvido do jovem. — Miguel… Eu não tô conseguindo encontrar seu sinal de novo…
— O quê? — o herói perguntou tocando no fone. Em seguida ouviu apenas um chiado. — Que droga… — sussurrou o Anjo Noturno.
Logo em seguida, Maria Frígida abriu sua boca e uma explosão de neve tomou conta daquele lugar. O equipamento montado por ela começou a espalhar ainda mais sinal, deixando aquele ambiente mais frio. Anjo Noturno tentou se proteger com um escudo energético, entretanto, foi jogado para longe daquele galpão.
Como a equipe rocket, o Anjo Noturno decolou.

O galpão explodiu em uma nuvem de neve, jogando branco para tudo que é lado de Porto Alegre, aos poucos, a capital gaúcha foi ficando mergulhada em uma neblina gelada e pesada, o guaíba congelando-se aos poucos, piscinas se transformando em pistas de patinação. No espaço, dava para ver apenas um ponto branco que chamava muito a atenção.
Essa situação estranha e específica chamou a atenção de algumas pessoas. Um raio azul desceu do céu até Porto Alegre, parando em cima de uma grande montanha de neve. Um homem alto, de quase 1,90 de altura, ombros largos e pele levemente escura, veste um uniforme azul claro colado em seu corpo, luvas e botas brancas. Em seguida, uma mulher negra pousou ao seu lado, ela tem asas aladas com penas brancas e cinzas, uma máscara que lembra a cara de uma harpia, está vestindo uma espécie de armadura para dias frios. Por último, outro homem pousou ali, um rapaz que sua altura ia até o abdômen do que vestia o uniforme azul, sua vestimenta lembrava um soldado.
— Que bagunça. — disse o homem de azul, tentava enxergar alguma coisa, mas havia muito branco tampando a paisagem. — Consegue ver alguma coisa, Mulher-Harpia?
— Tentarei, Tupi Azul. — disse a super-heroína. — Mas não tenho certeza se a minha super visão vai ser útil nesse caso.
Os olhos da mulher brilharam numa coloração amarela, mas rapidamente voltaram ao normal. Ela olhou para seus colegas, em silêncio negou com sua cabeça.
— Vamos ter que pedir ajuda para o comando. — disse o soldado abrindo um dispositivo em seu pulso. — Torre HALU, aqui quem fala é o Soldado Celeste. Precisamos de um guia pela cidade, a nossa visão está ofuscada por muita neve… Muita mesmo.
— Certo, Soldado Celeste, vamos enviar um sinal para vocês acompanhar enquanto chegam até o alvo. Mais uma coisa, recebemos sinal do vigilante local, ele está desmaiado, mas seguro.
— Podemos ajudar ele. — disse a Mulher-Harpia.
— Não, ainda não… Ele ainda não está pronto para ficar sabendo sobre a os Heróis Unidos da América Latina. Vamos neutralizar essa ameaça congelante e em seguida restaurar o equilibro. — disse o Tupi Azul.
— Mas ele vai se perguntar o que aconteceu quando acordar. — argumentou a mulher.
— Isso será um problema dele. — disse o Solado Celeste pondo um ponto final.
Pelo ponto de vista do trio de heróis, acima deles apareceu uma seta holográfica apontando o caminha em que deveriam seguir como se estivessem em um videogame.

INTERVALO

PARTE FINAL

No lugar onde havia sido o ponto zero da explosão formou-se uma montanha de neve, no topo se encontrava Maria Frígida admirando sua criação, seu reino gelado como uma verdadeira rainha.
A mulher fechas seus olhos, sentindo o vento congelante bater contra seu rosto pálido como se não fosse nada, afinal, para ela não significava nada. Uma lágrima escorre por sua bochecha e imediatamente se congela. Estava no momento em queria estar, no lugar em que queria estar, por algum motivo.

A seta holográfica do trio de super-heróis da H.A.L.U. os levou até o pé da montanha de neve, os olhares do três levantou até onde conseguiam ver, o que não era muito já que as nuvens densas criaram uma espécie de teto.
— Eu posso voar. — disse a Mulher-Harpia.
— Eu também. — disse o Tupi Azul.
O Soldado Celeste disse:
— Um de vocês poderiam me carregar. Eu voto pelo Tupi Azul.
As asas da mulher abriram majestosamente, como mágica suas unhas se transformaram em garras tão grossas e afiadas como a do animal que inspira seu nome.
— Vamos acabar logo com isso. — disse a heroína. — Não aguento mais esse frio!
Ela foi a primeira a levantar voo.
Com o Soldado Celeste em seus braços, o Tupi Azul foi logo em seguida.
Quando o trio chegou ao topo encontraram a figura da mulher gelada com seus olhos fechados, meditando. Os três trocaram olhares, em seguida concordam com sua cabeça e se preparam para a batalha, entretanto:
— Além de derrotar a rainha do gelo, vocês precisam parar o equipamento que está dentro do galpão soterrado por toda essa neve. — disse a voz nos ouvidos dos heróis.
— Mulher-Harpia, você e o Soldado Celeste vão para cima dela, eu vou descer até o galpão. — disse o Tupi Azul com seu jeito imponente de liderança.
A Mulher-Harpia e o Soldado Celeste responderam:
— Certo!
Nesse momento a grandiosa Rainha Gelada abriu seus olhos e a ventania aumentou, então, a Mulher-Harpia partiu para cima da sua oponente ao mesmo tempo em que o soldado saltou para cima dela também.
Por sua vez, o Tupi Azul desceu até a montanha de neve, abrindo buracos a socos.

A Mulher-Harpia rasga o rosto da sua oponente com sua garra, fazendo com que o vermelho do seu sangue escorra pelo branco de sua pele, caindo na neve. Em seguida vem o Soldado Celeste acertando um chute no mesmo local do corte, ele vai parar do outro lado, caindo em pé.
Maria Frígida corre na direção, gritando desesperada e pronta para atacar. Então, o super-herói militar junta suas mãos fazendo uma forma de arma, na ponta de seus dedos carrega uma energia e em seguida começa a disparar nela como se fossem balas de um revólver de verdade. Os tiros acertam a Rainha Gelada, mas não fazem ferimentos mais profundos.
Enquanto isso, o Tupi Azul continua descendo cada vez mais apenas socando o amontado de neve.
A grande vilã segura as mãos do soldado e cria ao redor uma grossa crosta de gelo, ainda o segurando faz com que o super-herói gire e o joga para o alto.
Felizmente, a Mulher-Harpia consegue pegar seu colega.
— Feche seus ouvidos. — disse a super-heroína.
— COMO? — perguntou o Soldado Celeste em desespero.
Então, a mulher de asas aladas solta o militar que caí em pé, ele corre para longe. Ao mesmo tempo, ela pega fôlego e mira em sua oponente atual, quando a Mulher-Harpia abre sua boca, um berro sônico acerta a vilã e o seu corpo voa para longe da montanha de neve.

Finalmente o Tupi Azul chega ao galpão.

Estaria tudo escuro se não fosse pela a luz azul intensa saindo da máquina construída pela Maria Frígida. O grande super-herói toca no equipamento em seu ouvido.
— Encontrei o equipamento.
— Ótimo. — disse a voz da torre de comando. — O destrua e esse frio vai acabar!
Os olhos de Anjo Noturno brilham intensamente na cor verde, então, um raio é disparado contra o equipamento. Quando as duas energias se chocam, uma explosão acontece, mas não em grande escala, apenas ali dentro do galpão.
Do lado de fora, a Mulher-Harpia e o Soldado Celeste conseguem ver que aos poucos a neve vai desmanchando, mas não se transforma em água e nem evapora, ela simplesmente vai desaparecendo como se não estivesse ali.
A Maria Frígida levantou do chão aos poucos, observando sua criação sumir como mágica. Seus olhos ficaram vermelho, seus punhos fechados. Ela gritou:
— NÃO, MAS QUE DROGA! MEU REINO!
As nuvens pesadas e geladas foram ganhados buracos e sumindo, o raio solar as destruindo aos poucos. Quando esse calor encontrou o corpo de Maria Frígia, ela foi derretendo como uma pedra de gelo.
Quando o Soldado Celeste e Harpia chegaram ali perto, viram apenas uma poça de água.
Tupi Azul pousou ao lado deles.
— Então, isso é ela?
— Sim. — respondeu a Mulher-Harpia.
Sem paciência, o soldado disse:
— O que importa? A gente venceu, essa neve toda sumiu… Vamos voltar para a torre, nosso trabalho acabou aqui.
— Realmente não vamos falar com o rapaz? — perguntou a heroína.
— Ainda não. — respondeu o Tupi Azul. — Mas um dia ele vai saber de nós, sabemos disso… A Princesa de Aneex agora está de olho nele, para ver como se dará sua evolução com os poderes do cristal. Apenas vamos.
A mulher suspirou. Aceitou e em seguida os três saíram dali.

Um tempo depois, quando o Anjo Noturno acordou, ele já estava com calor novamente, para sua surpresa tudo estava como antes da grande nevasca, sem nenhuma explicação. Foi isso que ele e Daniela contaram para Leandro, quando o rapaz retornou para o Brasil. No Japão ele havia visto na televisão notícias sobre a misteriosa nuvem de neve que estava em cima da região de Porto Alegre e que crescia a cada hora.
— Vocês acreditam que um dia vamos saber o que aconteceu? — Leandro perguntou.
Daniela deu de ombros.
— Acho que não importa. — respondeu a garota. — Se fosse para nós saber o que aconteceu, teríamos descoberto.
— Acho que a Daniela pode ter razão. — concordou o Anjo Noturno. — Acho melhor continuar focando em ser o Anjo Noturno e o Miguel, aliás, Leandro… Por favor, cria um uniforme de calor para mim! Um uniforme de verão! Essa roupa é muito quente!
O amigo nipo-brasileiro riu e enquanto coçava sua nuca, ele respondeu:
— Vou pensar no que posso fazer…

CRÉDITOS

PÓS CRÉDITOS

O ônibus estaciona na garagem da rodoviária. Depois de quatro passageiros, uma pessoa que se destaca entre os demais desce, é um rapaz negro com cabelo cacheado, está vestindo uma jaqueta de couro e calça jeans com coturnos, óculos de som. Ele vai até o bagageiro e o motorista lhe entrega sua mala. Educado, o rapaz agradece e em seguida saí dali, em silêncio.
Enquanto saí da rodoviária, faz uma ligação que prontamente é atendida.
— Oi… Acabei de chegar em Porto Alegre… Sim, eu sei qual é minha missão… Ir atrás do nosso ladrão de coven. Não se preocupa, vai dar tudo certo.
Em seguida a ligação é encerrada, com um sorriso toro em seu rosto o rapaz misterioso ajeita seus óculos de sol e saí caminhando rumo a um carro que estava parado logo ali na frente.

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