CAPÍTULO 0

Durante uma viagem pelo espaço, a nave espacial é atacada e os cristais de Aneex se perdem no espaço.

ATAQUE À NAVE ESPACIAL


Não estamos no planeta Terra, estamos pairando no espaço sideral, bem distantes do nosso lar. Vemos de longe um ponto brilhante amarelo, vamos nos aproximando cada vez mais. Se trata de um planeta, mas não qualquer planeta e sim, Aneex. Um dos primeiros a abrigar vida inteligente em nosso universo. Nos tempos atuais, vivem uma paz próspera depois de séculos de guerras, intolerância e destruição da natureza.
Felizmente todos os povos que vivem nele foram unificados na última guerra pela família real que governa. Estão no ápice de sua sociedade e tecnologia. Sua arquitetura lembra muito a Era Medieval terráquea, mas as construções são a base de metais, ao invés de rochas e derivados. O céu não é azul, tem uma tonalidade amarela que se mistura a um tom forte de laranja, parecendo que o dia é um eterno crepúsculo.
O castelo real fica localizado na capital do planeta, no centro da cidade, e rodeado por uma antiga floresta que escolheram preservar, uma forma que encontraram de romper com o passado bárbaro. O lar da realeza de Aneex não é somente a residência da família governante, mas também ali ocorrem discussões políticas importantes e, de tempos em tempos, uma recepção especial para os moradores da cidade, ricos e pobres.
Estamos na sede principal dos Guardas Reais, reconhecidos por protegerem Aneex de invasores fora do planeta que são bem comuns. Mas vamos trocar de região, vamos para onde acontecerá uma situação que nos levará para o verdadeiro protagonista dessa história, para uma divisão desses guerreiros, os Patrulheiros Alados. Soldados que patrulham os arredores do espaço sideral do globo amarelo, visitando colônias fora de Aneex e também fazendo transporte de prisioneiros, viajantes políticos ou cargas preciosas.
A nave referente à equipe de patrulha da princesa Alyseea acabou de deixar o quartel, eles estão em uma missão de transporte para uma colônia localizada na Via Láctea.
— Acabei de colocar no piloto automático e em velocidade nível 3 — disse Alyseea, a capitã da equipe ao levantar da sua cadeira e se aproximar do rapaz que estava logo atrás. Como a missão só precisava de três pessoas, os outros soldados da formação ficaram em casa. — O que vamos fazer para passar o tempo? Devemos chegar lá em poucas horas.
Alyseea é uma mulher alta, com quase um metro e oitenta de altura e cabelos longos e vermelhos, sua pele é de um tom escuro, diferente do que vemos na população terráquea e seus olhos de um profundo dourado. Seu irmão mais novo, An’Nael que faz parte da mesma equipe, compartilha dos seus traços, apesar de ser ligeiramente mais baixo.
— Acho que podemos passar um tempo conversando, ou ficar em silêncio, prefiro a última. — Respondeu An’Nael sentado em uma cadeira reclinada.
A terceira tripulante entrou na sala de controle, Dh’ara. Diferente dos membros da família real, era um pouco mais baixa e o seu tom de pele mesclava um tom rosado com laranja bem fraquinho. Cabelos verdes e olhos azuis.
— Acabei de dar uma olhada nos cristais de Aneex e também naquela maleta… Aquela do planeta que morreu recentemente, com informações da cultura local para o museu de civilizações. — disse sorrindo. — Então, o que vamos fazer enquanto esperamos chegar à Colônia B12? — Os cristais que estão levando são muito importantes para a cultura do seu povo, pois eles dão mais força às habilidades contidas no supergene que nasceu após anos de evolução da espécie.
A capitã deu de ombros, sem saber o que fariam até chegarem ao destino. Então, An’Nael levantou da cadeira em que estava sentado e foi para os fundos da nave, sempre gostou de ficar sozinho e faria isso em seu dormitório. Quem sabe passaria o tempo lendo alguma coisa ou somente descansando.
Alyseea e Dh’ara continuaram na sala de controle, conversando sobre como alguns planetas eram muito bonitos vistos de longe, emitiam uma luz fantástica, porém depois de passarem pela atmosfera, o que se encontrava não era nada convidativo. Nos poucos anos que estavam na patrulha alada, as duas viveram muitas aventuras juntas, são amigas inseparáveis desde a época em que estudavam na Academia de Educação da Capital, AEC.


Quando entraram na Via Láctea, ficaram aliviados, pois até onde sabiam, ali não existia nenhum perigo de ataques de pirataria espacial ou algum inimigo do planeta Aneex. Bem, foi o que os patrulheiros pensavam. De repente, uma nave pirata que estava camuflada apareceu atrás dos patrulheiros, era um navio espacial maior do que o veículo patrulheiro, eram piratas.
— Droga! Piratas! — reclamou An’Nael ao voltar para a sala de controle.
— Eu percebi, não precisa repetir o óbvio — disse Alyseea sem desgrudar seus olhos do monitor. — Dh’ara, vá para a cabine das armas, An’Nael, para o controle de defesas! — ordenou a capitã com firmeza em sua voz, sentando-se em sua cadeira e pondo suas mãos no leme.
Dh’ara já estava em sua posição no controle das armas e An’Nael no computador da defesa que ficava ali mesmo na sala de controle.
— Escudos refletores ligados, potência 75%. Estamos prontos para receber possíveis ataques — disse o homem, terminando de digitar os códigos no computador.
A capitã segurou com firmeza o leme da sua nave, saiu da frente dos piratas e em seguida ficou cara a cara com os ladrões, a nave inimiga era um pouco maior do que as dos patrulheiros alados. Alyseea ficou encarando a nave pirata com fogo em seu olhar, aquela carga era muito preciosa para ser perdida dessa forma.
Os piratas começaram a disparar lasers contra a nave patrulheira, mas felizmente os escudos resistiram ao primeiro ataque. Com ordem da capitã, Dh’ara começou a contra-atacar os oponentes com disparos de lasers semelhantes, mas com potência maior por causa da tecnologia mais avançada do seu povo.
O ataque fez um dano agressivo no navio espacial.
— Esses idiotas acham mesmo que podem com a gente? — sussurrou a capitã para si mesma.
Ela falou cedo demais, os piratas atingiram a nave patrulheira com uma tração os empurrando um pouco para trás e fazendo com que o motor se desligasse. Alyseea ficou assustada com aquilo, até onde sabia os piratas não possuíam controle de uma tecnologia como aquela, os outros dois também ficaram assustados. Dh’ara desceu para a sala de controle.
— Esse ataque, eu conheço essa tecnologia — disse a mulher de cabelos verdes, respirando pesado.
— É tecnologia do nosso planeta — respondeu o homem de cabelos vermelhos. — Esses piratas já devem ter saqueado alguma nave patrulheira em algum canto da galáxia, somos apenas mais um.
— Não vamos ser apenas mais um! — a capitã estava decidida, então com a ajuda de um aparelho, transportou a sua espada diretamente para seu punho fechado.
Uma nave menor saiu do navio espacial e se grudou a traseira do veículo dos nossos heróis. Os patrulheiros alados ficaram preparados para lutarem corpo a corpo. A energia voltou à nave quando um quarteto de piratas invadiram a sala de controle.
Um silêncio se instalou por alguns instantes, olhares foram trocados, ninguém sabia quem atacaria primeiro, ninguém falou nada, poderiam cortar o ar pesado com uma faca. A capitã foi a primeira a atacar, correndo com sua espada para o pirata que estava mais próximo.
A batalha começou.
Os outros piratas dispararam suas armas de raios lasers contra Dh’ara e An’Nael, que se defenderam com as cadeiras do co-piloto e do operador de defesas como um escudo improvisado. Em seguida, partiram para o ataque. A de cabelos verdes usou seus poderosos golpes de uma antiga arte marcial para imobilizar rapidamente o pirata que estava a sua frente, já o rapaz de cabelos vermelhos com o seu poder criou uma lâmina para cortar a arma que ameaçava a sua vida, em seguida segurou o soco que o seu inimigo lhe direcionou, torceu seu punho e agarrou sua blusa lhe erguendo e o jogando para o lado com agilidade.
Alyseea deu um belo golpe com a espada no pirata que enfrentava, o desarmando e desferindo um soco em sua cara com superforça. Sentiu um ataque vindo por trás, abaixou para esquivar e aproveitou para dar uma rasteira neste mesmo oponente e em seguida finalizou com a sua espada. Os outros piratas já se encontravam jogados no chão. Por um instante tudo voltou a parecer calmo, a chance de escaparem daquele saque estava no alcance de suas mãos e tudo o que deveria acontecer era a capitã voltar para a seu leme e guiar a nave para o planeta onde descarregariam os preciosos cristais de Aneex.
Os saqueadores, no entanto, não perderiam a oportunidade de roubar mais uma nave do planeta Aneex assim tão fácil, como uma forma de retaliação pela demora dos homens que foram concluir o roubo, um mega disparo de laser foi direcionado à traseira da nave, que explodiu em um som estrondoso, que foi absorvido rapidamente pelo vácuo, juntamente com toda a carga, algumas entrando em rota de colisão com planetas da Via Láctea. Um desses cristais, de cor roxa, voava para a Terra, levando consigo a maleta cinza, que segundo Dh’ara, pertencia a um planeta já morto. Esses dois objetos estavam em caminho para colidir com o nosso planeta, o cristal roxo chegaria juntamente com uma chuva de meteoros muito esperada, já a maleta iria cair um pouco afastada do minério.

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