Espírito protetor, invocar! O voo da Harpia.

ESCRITO POR: João Paulo Ritter

CLASSIFICAÇÃO: LIVRE

Enquanto Katarina auxiliada pelo rastreador do aplicativo de invocação procura por Rafael os outros Tuhpanger procuram pelo o monstro que no capítulo anterior aterrorizava a cidade do Rio de Janeiro.

Rafael não se encontrava muito longe do local onde a tuhpanger azul o procurava, mas se encontrava bem escondido enquanto observava seu irmão mais velho cuidar de uma senhora idosa. Os dois demonstram serem bem íntimos e felizes um com o outro, como se fossem neto e avó, o guerreiro rosa sabia que não se tratava da avó deles porque ela havia falecido quando ainda eram novos. Os dois se encontram no pátio da casa e enquanto o rapaz limpa o pátio com um balde de água a senhora o observa sentada em uma cadeira de balançar.

— Ele está aqui por perto… — sussurrou Katarina ao chegar a rua, estava certa, o tuhpanger rosa se encontrava ali por perto. A atenção da garota vai até a casa, ela observa o rapaz e a senhora idosa e então sua intuição a manda se aproximar.

Quando Katarina se aproximou do portão, o rapaz negro caminhou até ela e com um sorriso disse:

— Posso te ajudar? — sua voz era fina, parecia fazer parte de um grande musical.

— Claro, eu… Eu queria te perguntar uma coisa, você me pareceu familiar. — sorriu a guerreira azul, então continuou falando: — Você conhece um rapaz, jogador de capoeira chamado Rafael Oliveira? Ele é alto e… — o outro a interrompeu.

— É meu irmão. Desculpe, me chamo Ronaldo. Aconteceu alguma coisa com o meu irmão mais novo? — perguntou preocupado.

— Não, mas pode acontecer com você. — respondeu Katarina.

Ronaldo abriu o portão e em seguida Katarina entrou, os dois foram para a sala de estar da casa junto com a senhora na cadeira de balançar. Dolores é o seu nome. Sentaram no sofá, antes de continuarem a conversa Ronaldo serviu café e biscoitos para a convidada.

— Então, poderia me contar melhor? — pediu o rapaz negro.

— Sim, claro. Desculpa. — disse Katarina sorrindo. — Vocês acompanharam as últimas notícias?

— Você diz dos monstros que apareceram e dos heróis coloridos? — perguntou Ronaldo rindo. — Sim, o mundo ficou de ponta cabeça.

— Então, é sobre isso. Tem um monstro que… É difícil de explicar, mas ele deixa as pessoas com raiva e as deixa preconceituosas. O seu irmão foi atacado por esse monstro. Ele me contou a história de vocês, então, eu acho que ele, talvez, venha procurar por você.

— Rafael? O meu irmão?

— Vocês correm perigo, estou falando sério. — continuou Katarina. — Não viram a situação em que Rafael ficou. Ele me contou a história de vocês e eu tenho certeza que ele vai procurar por você e tomado de uma raiva que não é dele, com certeza vai tentar fazer algo de errado.

— Rafael… O meu irmão, ele nunca foi agressivo comigo. Não entendo por qual motivo você achou que ele viesse atrás de mim para me fazer algum tipo de mal. — disse Ronaldo ainda sem compreender a situação.

A guerreira azul suspirou e em seguida disse:

— Escute, seu irmão não é mais o seu irmão. Ele está sendo controlado por uma raiva muito primitiva que não é dele. E o motivo de eu estar aqui, como eu já disse, seu irmão me contou sobre a história de vocês e deduzi que ele viria atrás. Vim para te avisar e eventualmente te proteger.

— Me proteger? — perguntou Ronaldo confuso. — Mas como você pretende me proteger? Meu irmão luta capoeira.

— Sim, quando chegar a hora… Se Rafael realmente vir até aqui, você entenderá.

— Tudo bem. Eu vou levar Dolores até o quarto dela, volto daqui a pouco e a gente vai poder conversar mais sobre isso tudo… Tudo bem? — perguntou Ronaldo enquanto se levantava.

A nadadora concordou balançando sua cabeça de forma afirmativa.

Rafael ainda observava a casa do lado de fora, esperando uma chance de entrar e ir atrás do seu irmão mais velho. A cada minuto que passava sua raiva contra a existência do outro aumentava mais, a voz de seu pai dizendo coisas horríveis ficava intensa e frequente em sua mente ao longo dos segundos passando.

Depois de colocar a senhora de quem cuida na cama para descansar um pouco, Ronaldo retornou a sala de estar onde Katarina o esperava nervosa com medo de que o tuhpanger rosa desse as caras a qualquer momento.

— Você pode me explicar essa história direito? — pediu o mais velho. — Proteção, meu irmão sendo atacado por um desses monstros… A minha cabeça ainda não conseguiu assimilar tudo isso.

— Claro. — sorriu a guerreira azul. — Tudo começou no primeiro ataque, eu… Seu irmão e mais três outros jovens adultos fomos escolhidos para usarmos os poderes dos espíritos animais protetores da Amazônia, então, tecnicamente ganhamos poderes para que possamos enfrentar essa ameaça. Bem, durante uma batalha, Rafael foi atingindo por esse monstro novo.

— Você está me dizendo que vocês são esses tais de Tuhpanger que aparecem na televisão? Que enfrentam esses monstros? — pergunta Ronaldo confuso.

Katarina afirma balançando sua cabeça.

[…]

Em uma das praias da cidade maravilhosa o monstro Ralvix seguia atacando as pessoas.

Atingia os civis com seus raios capazes de transformar até o mais calma animal em um agressivo descontrolado. As que não conseguiam escapar acabavam brigando com os demais ou então discutindo e Ralvix se divertia profundamente com as cenas que lhe eram proporcionadas durante toda a confusão. Porém, a sua diversão foi interrompida quando o guerreiro tuhpanger vermelho chegou disparando lasers com a sua pistola. Em seguida surgiram a amarela e o verde performando o mesmo ataque.

Esses ataques a lasers fizeram com que faíscas saíssem do corpo de Ralvix como se fossem sangue.

Os três ficaram de frente para o monstro que se recuperava dos ataques repentinos.

— Tuhpanger malditos, eu vou fazer o mesmo que fiz com o amigo cor-de-rosa de vocês! Se preparem para sentirem o maior e pior ódio que já sentiram em todas suas vidas! — gritou Ralvix preparando seu cajado.

— Você vai ficar querendo isso, Ralvix. — disse Joaquim já transformado, assim como os outros dois guerreiros presentes. Ele se colocou em posição de defesa.

Raios roxos se concentraram na volta do cajado do monstro, então, Ralvix girou sua arma mágica e ao terminar apontou o seu ataque de raios na direção dos tuhpanger, mas felizmente nossos heróis coloridos foram mais rápidos e conseguiram desviar do ataque.

O tuhpanger vermelho sacou sua espada e correu na direção de Ralvix, acertando um golpe em seu peito que lhe tirou mais algumas faíscas.

— Droga… — disse o monstro com o corpo que lembrava uma serpente caindo de joelhos no chão. — Eu tenho que sair daqui o mais rápido possível. — nesse mesmo instante Miguel e Maria Inês estavam se aproximando com um ataque aéreo, mas Ralvix foi mais rápido e jogou os dois no chão se defendendo com o seu cajado mágico. — Até mais Guerreiros Espirituais!

Logo após do oponente desaparecer como areia jogada ao vento, Joaquim vai até seus colegas de equipe que ainda se encontravam no chão.

— Vocês estão bem? — perguntou o líder.

— Sim, estamos. — respondeu a Amarela e em seguida ajudou o Verde a levantar.

— Será que a Katarina está com mais sorte com o Rafael do que a gente com essa serpente? — perguntou Miguel assim que conseguiu ficar em pé.

— Espero que sim. — respondeu Joaquim em um tom pensativo.

[…]

Katarina estava na sala de estar quando ouviu um barulho vindo do pátio dos fundos, Ronaldo estava na cozinha passando mais café e, por isso, a garota avisou que estava indo ver do que se tratava porque poderia ser Rafael finalmente se aproximando para atacar o irmão mais velho. Quando a guerreira azul deixou a casa teve suas suspeitas confirmadas. Se tratava de Rafael em seu modo civil com toda sua fúria que ia além da compreensão humana.

— Não precisamos lutar, Rafael. Você tem que ser mais forte do que o controle que o monstro tem sob você nesse momento. Tenho certeza que você não é assim, cheio de raiva e preconceito pelo seu irmão. Você me disse isso, lembra? — disse Katarina tentando dialogar antes de partir para a porrada mesmo que parecesse que o guerreiro espiritual da Harpia não estivesse em um bom momento para dialogar com qualquer pessoa.

— Cala a boca e sai do meu caminho, agora!

— Tente me tirar a força…

Rafael correu em direção de Katarina, entretanto a garota rápida conseguiu desviar do agarrão que o guerreiro rosa iria fazer e lhe acertou um chute em suas costas. O então guerreiro afetado pelo o poder do monstro serpente caiu no chão e conseguiu levantar rapidamente, a guerreira azul se colocou em posição de ataque quando Rafael fez o mesmo.

Rafael deu uma rasteira em Katarina que caiu de barriga para baixo, ele preparou um chute na barriga da jovem que rapidamente conseguiu desviar girando para trás e em um movimento rápido levantou do chão. A garota correu até o rapaz negro e tentou lhe acertar um chute no seu rosto, mas seu chute foi defendido quando Rafael segurou o calcanhar da Tuhpanger Azul.

Katarina se afastou quando conseguiu se soltar e em seguida sacou o seu aparelho celular do seu bolso já com o aplicativo de transformação aberto.

— Quer entrar nesse jogo? — disse Rafael rindo. — Eu não queria vestir rosa novamente, mas tudo bem. Vamos lá!

O Tuhpanger Rosa também sacou o seu aparelho celular com o aplicativo de transformação aberto.

Os dois gritaram ao mesmo tempo “Guerreiros Espirituais, invocar!”. E em seguida a transformação aconteceu, cada um ficou com seus trajes de Guerreiros Espirituais e prontos para voltarem a lutar, escondido dentro da casa, Ronaldo observava aquilo.

Enquanto isso, os outros Tuhpangers foram atrás de Iara no templo para tentarem encontrar algo que ajudasse na batalha contra Ralvix. A guardiã do templo procurou no arsenal de armas dos antigos guerreiros para auxiliar os novos, mas acabou encontrando uma arma que pareceu ser fraca para os dias atuais, era uma corda. Iara teve uma ideia de deixa-la mais forte, transformar aquela corda mágica em uma corrente de metal mágica.

Assim que essa nova arma ficou pronta, os guerreiros espirituais foram atrás de Ralvix que continuava atacando a população por toda a cidade maravilhosa. E na caverna onde Abaçay se esconde até ter forças o suficiente para batalhar cara a cara contra os guerreiros espirituais, comemorava como os planos da sua feiticeira estavam caminhando e sentia a energia negativa dos seres humanos preencher seu corpo.

Ralvix continuava com seus ataques pelas praias do Rio de Janeiro, deixando um rastro de ódio por onde passava. No momento em que o vilão tenta atacar mais um número de pessoas que estavam fugindo dela, a corrente mágica prende seu corpo e mesmo fazendo força não consegue se livrar do objeto.

— Mas o que está acontecendo? — sussurrou Ralvix se mexendo enquanto tenta se soltar.

Quando Ralvix olha para trás, de onde a corrente vinha, ele viu o Tuhpanger Verde segurando a corta.

— Acabou para você, malandro! — disse Miguel transformado.

— O quê?!

O monstro serpente em seguida olha para o lado e vê a Tuhpanger Amarela no ar com um chute preparado, a guerreira acerta um chute em seu peitoral e em seguida vem o Tuhpanger Vermelho com a sua espada preparada, Joaquim acerta seu golpe com tudo e como consequência, várias faíscas escapam do corpo de Ralvix. Maria Inês e o líder da equipe preparam as suas pistolas a lasers, carregando ao ponto máximo.

Quando o disparo é liberado, Ralvix é destruído por causa da força do golpe. Nesse mesmo momento, Katarina e Rafael continuam lutando, mas a briga foi interrompida quando um brilho roxo deixa o corpo de Tuhpanger Rosa e cai de joelhos no chão.

— Rafael? — perguntou Katarina parando de repente.

— Sim… Eu acho que sim. O que aconteceu? — perguntou Rafael levantando com dificuldade.

— Você foi pego por um monstro, estava tipo… Estava na sua versão do mal. — explicou a guerreira azul.

— Tudo bem… Agora eu estou bem.

Cuca aparece na praia onde os guerreiros: Vermelho, Amarela e Verde derrotaram Ralvix. Os três ficam atentos quando avistam a feiticeira se aproximando lentamente.

— Quem é você? — perguntou Joaquim.

— Eu sou a pior pedra no sapato de vocês, Tuhpangers… — rindo, Cuca prepara o seu bastão mágico. — Espíritos da antiga Pindorama, me emprestem sua força para que esse monstro retorna a vida em uma forma gigantesca!

Cuca lança seu bastão no local onde Ralvix morreu e em seguida uma sombra sobe para os céus e se transforma em uma versão gigantesca do monstro serpente.

— Boa sorte, Tuhpangers… — rindo, a feiticeira Cuca desaparece.

— Ele ficou gigante… — disse Miguel. — Como vamos lutar com ele assim? A gente deveria ter robôs gigantes, certo? Igual na televisão, mas o Rafael ainda não tá conseguindo controlar os poderes dele.

Em seguida os Tuhpangers Azul e Rosa chegam naquela praia, rapidamente Katarina e Rafael explicam o que aconteceu e em seguida esquivam de uma pisada que Ralvix ia dar neles.

— Vocês já perderam, Tuhpangers! — gritou o monstro serpente tentando pisar nos guerreiros espirituais.

Guerreiros Espirituais… — disse a voz de Iara ecoando na cabeça de cada um dos heróis. — Juntem seus poderes, agora que Rafael entrou em harmonia com seu espirito da Harpia… Vocês podem usar o poder dos animais protetores.

— Certo… — sussurrou Joaquim, em seguida o guerreiro vermelho olhou para o céu e levou sua mão na mesma direção. — Espíritos Animais, desçam!

Um portal se abre no céu e em pouco tempo os animais de Pindorama descem em forma espiritual e quando pisam no chão se transformam em robôs gigantes de animais. Os guerreiros são levados a cada um de seus animais, entram nos painéis de controle.

Rafael vai para a sua Harpia que voa rapidamente no céu.

Katarina vai para o seu Boto que estava no mar.

Miguel em seu Lobo-guará.

Maria Inês em seu Jacaré que se encontrava perto do mar.

E por fim, Joaquim foi para o sua Onça-pintada.

— Vamos acabar com ele de vez, pessoal! — gritou o guerreiro vermelho mega animado.

Ralvix tenta atacar a Onça-pintada, mas é impedido quando o Lobo-guará pula nele e dá várias mordidas em sua cabeça, a Onça faz o mesmo. Os dois animais terrestres se afastam quando avistam o jato de água do Boto se aproximar, acertando o monstro serpente com força. O Jaceré amarelo gira e acerta a sua calda em Ralvix e a Harpia desce do céu em seguida, acertando as garras das suas patas com toda sua força arrancando faíscas do corpo de Ralvix.

— Vamos acabar com isso. — disse Joaquim, em seguida a boca da sua Onça-pintada abriu e uma energia começou a ser carregada. Um jato de energia é direcionado em cheio no corpo de Ralvix, o destruído em seguida.

Depois da batalha, já em sua forma civil, Rafael foi conversando com o seu irmão mais velho na casa em que ele vivia cuidando da senhora Dolores.

— Então você é um super-herói. — disse Ronaldo sorrindo para o seu irmão mais novo.

— Sim, eu estou tentando. Não sou perfeito porque estava com problemas com o meu animal protetor, porém acho que estou melhorando isso. — os dois riem, logo Rafael continua. — Eu quero te pedir desculpas, eu deveria ter feito alguma coisa quando o nosso pai te expulsou de casa. Eu fui atrás de você mais tarde, mas a voz dele ainda ficava na minha cabeça.

— Tudo bem, Rafael… Ainda somos irmãos, podemos sempre recomeçar. Não é verdade? — sorriu Ronaldo.

— Sim, sempre podemos.

Em seguida os irmãos se abraçam. De longe, os outros quatro guerreiros observavam a interação dos irmãos.

— Eu fico feliz que eles tenham feito às pazes. — disse Katarina.

— Eu também. — disse Joaquim. — É bom para eles, para a gente e para todo mundo porque agora que o Rafael está em paz com o seu espirito animal, temos chances de derrotar Abaçay quando chegar a hora.

つづく。。。

CONTINUA…

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