Novela

Surpresas do Destino | Capítulo 03

01  INT. FUNERÁRIA MEMÓRIAS ETERNAS – DIA Abre mostrando o relógio da funerária, são cinco da tarde. Verônica chega com pressa, desorientada procura pela a sala onde Paula estaria a esperando. Verônica encontra uma mulher sentada em uma sala, veste roupas totalmente escuras e centro uma urna de cinza, flores de todas as cores ao redor. A garota se joga no chão impactada, coloca sua mão sobre sua boca, sem fôlego tenta se arrastar cheia de lágrimas. VERÔNICA: Papai… Verônica finalmente chega ao altar da urna e solta um grito de dor e desespero. Verônica se aproxima de Paula que está com o rosto inchado de choro, mas ela sente mais pelo dinheiro do que pelo marido. VERÔNICA: Como isso aconteceu de repente? Por que eu não sabia de nada? Por que não me ligaram mais cedo? PAULA: Eu sinto muito, Verônica. Meu mundo também caiu. VERÔNICA: Não, isso não pode estar certo. Ele não pode estar morto, o que essa urna faz aí? Pode não ser ele… PAULA: É ele. São suas cinzas, eu mesma me encarreguei para ser um trabalho rápido porque seu pai estava desfigurado. Nesse momento a raiva sobe dentro de Verônica. VERÔNICA (GRITA E CHORA): O QUÊ? COMO PODE TER FEITO ISSO? Mateo e eu tínhamos o direito de vê-lo, de nos despedir! PAULA: Acredito que seu pai não gostaria de ser recordado pela maneira que estava. Fiz o certo, Verônica. Eu não consegui entrar em contato com você o dia todo, estava sumida. Como queria que eu te contasse? Verônica fica em silêncio, pois lembrou que ficou o dia todo atrás de Andrés para recuperar sua mala e preparar o aniversário do pai. Verônica olha para urna novamente. VERÔNICA: E se não for ele? O rosto estava desfigurado, talvez isso tenha impedido de reconhecer… Paula suspira. PAULA: Eu mesma vi o corpo, Verônica. Carregava os pertences dele, o relógio e a nossa aliança de casamento. VERÔNICA: Não! Não pode me deixar, papai! Em Verônica chorando, abraçada na fotografia do pai. Paula se aproxima com um lenço com alguns objetos enrolados. PAULA: Aqui estão os pertences dele. Verônica solta a fotografia e agarra o lenço com todos os objetos dentro dele. 02  EXT. FUNERÁRIA MEMÓRIAS ETERNAS – FACHADAS – DIA Surge Paula vestida toda de preto e conversando ao telefone. PAULA: Então, entregou todos os documentos? Quando poderei receber o dinheiro? Em Paula esperando a resposta. 03  INT. MANSÃO BELTRÃO – QUARTO DE MATEO – DIA Mateo se encontra sentado em sua cama, tentando montar um cube mágico. De costas para a porta. Verônica entra, com os olhos ainda avermelhados do choro, se aproxima. Senta atrás do irmão, pousa sua cabeça em suas costas. Em Verônica catatônica. 04  INT. CAFETERIA – DIA Andrés está sentado a mesma mesa que Verônica sentou no capítulo anterior. Olha ansioso para seu relógio. ANDRÉS: Será que ela está se vingando? VICTÓRIA: Você vai para casa! Andrés olha para o lado. VICTÓRIA: Finalmente te encontrei, miserável! Andrés fica surpreso, levanta. ANDRÉS: Vovó! O que está fazendo aqui? Andrés abraça Victória, atuando. ANDRÉS: Hoje mesmo pensei em voltar para casa. Victória sorri. VICTÓRIA: Tenho meus contatos. Em Victória. 05  INT. MANSÃO CASTILHO DE LEÓN – SALA DE ESTAR – DIA Abre mostrando a fachada. Na sala vemos: Andrés, Victória, Margaret e Nicole. ANDRÉS: Deixar meus estudos em Sidney!? Não, vovó! VICTÓRIA: Andrés, você sabe o que a empresa significa para sua mim, não sabe? Me casei aos 16 anos… NICOLE: Você teve que viver sua vida sozinha porque o vovô morreu. Cuidou do bebê recém-nascido sozinha, você passou muitos dias sem comer para poder sustentar seu filho. Trabalhou tanto que conseguiu sobreviver e abrir um restaurante que se tornou uma ótima franquia. Este último com a ajuda do seu filho, ou seja, meu pai. Até… (Cabisbaixa) Ele também morreu. O fato é que hoje a empresa é um grande sucesso. VICTÓRIA: Sim, é verdade. Meu filho trabalhou comigo para levar nossa empresa adiante. Gael… Ah, Gael deixou esse mundo aos 37 anos e seu único desejo era que- ANDRÉS: Isso é patético! VICTÓRIA: A última vontade de seu pai era que você assumisse os negócios quando eu ficasse velha. Não tenho mais as mesmas forças de antes… ANDRÉS: Eu não quero isso, tenho outros planos. VICTÓRIA: Bom, você terá que assumir a empresa se quiser continuar vivendo com meu dinheiro. Andrés, irritado, levanta do sofá e sobe as escadas correndo para se trancar em seu quarto. 06  EXT. FUNERÁRIA MEMÓRIAS ETERNAS – DIA Por volta das cinco horas da tarde, Verônica e Mateo, vestindo roupas pretas em honra ao luto que sentem, saem com todos da funerária. Os irmãos carregam uma foto de Gabriel emoldurada em uma coroa de flores. Enquanto escuta a triste melodia fúnebre, Verônica caminha com um olhar perdido, diferente de Mateo que se encontra ansioso e olhando para todos os lados. Paula e Daniela estão logo atrás. Começa a chuviscar. Os organizadores do funeral entram na traseira do caminhão da empresa junto com os arranjos de flores. Verônica tenta colocar Mateo dentro do carro, mas o rapaz está muito nervoso com tudo que está acontecendo e tenta se soltar dos braços da irmã. VERÔNICA: Vamos Mateo, você tem que entrar! O papai se foi, temos que nos despedir… Não muito longe, Daniela observa a cena com pena, diferente de Paula que mantém sua postura séria e fria. 07  EXT. CEMITÉRIO JARDIM DA PAZ – DIA O céu está parcialmente nublado, uma garoa com gotas grossas caí insacavelmente. A urna com as cinzas de Gabriel está enterrada no solo ao lado de uma placa de memória. Se encontram ali apenas Paula, Daniela, Verônica, Mateo e Valéria. Não há mais nenhum familiar ou amigo do falecido. Verônica entrega seu guarda-chuva para Valéria segurar e não deixar Mateo se molhar, então, a garota caí de joelhos no chão aos prantos em frente ao túmulo do pai se sujando com a terra. A câmera se afasta, nos dando uma visão

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Surpresas do Destino | Capítulo 02

01  INT. MANSÃO BELTRÃO – QUARTO DO CASAL – DIA Paula e Gabriel entram no quarto. PAULA: Por que não contou para ela que não vai mais poder estudar na Austrália? GABRIEL: Ela acabou de voltar, Paula. Se a gente contar, vai ficar triste. PAULA: Ela tem que entender que você tem problemas financeiros na empresa! Não podemos tapar o sol pela peneira. Você não tem dinheiro para pagar os estudos dela, não até você se recuperar. Então, eu vou ter que contar para ela? GABRIEL: Não temos uma poupança? Paula responde balançando a cabeça negativamente. GABRIEL: E você, meu amor? Alguma maneira ou alguém que possa nos ajudar? PAULA: É tão difícil assim a Verônica abandonar os estudos por um tempo? Gastamos muito com ela e com Mateo… As aulas de música, as terapias. GABRIEL: Não é culpa deles! PAULA: A culpa é de quem, então? Gabriel fica em silêncio. PAULA: Qual é o tamanho do problema da empresa? Preocupado, Gabriel senta na cama. Paula senta ao seu lado. PAULA: Por que ficou em silêncio, Gabriel? Por que perguntou se eu tenho poupança? No que está pensando? Há algumas semanas você me disse que tudo ficaria bem, mas não temos mais governanta porque estamos com pouco dinheiro. Você prometeu que íamos nos salvar dessa crise. GABRIEL: O banco e os acionistas virou as costas para mim. Estamos com problemas financeiros e… PAULA: Não me diga que estamos falindo, Gabriel! GABRIEL: Não, ainda não. Mais tarde vou conversar com outro acionista. É a última esperança, eu o salvei de duas crises e sei que ele não viraria as costas para mim. PAULA (INCOMODADA): Você tem que evitar a falência ao máximo, Gabriel. (OLHA FIXAMENTE PARA ELE) Não importa se você terá que implorar, ameaça tentar se enforcar na frente dele, mas não podemos ir a valência. GABRIEL (ASSUSTADO): Paula… PAULA: O que vai ser da sua família se você ir a falência? Principalmente aquele buraco negro de gastar dinheiro do Mateo, a culpa de todas as despesas é a maldita condição dele! O que vai fazer com ele? Gabriel levanta gritando. PAULA (GRITA POR CIMA): Resolva isso, Gabriel! Eu não ficarei na rua por sua causa! Paula deixa o quarto. Em Gabriel, desesperado. 02  INT. MANSÃO BELTRÃO – QUARTO VERÔNICA – DIA Verônica está deitada em sua cama, olhando para o teto, pensativa. Levanta, caminha até a mala marrom e quando toca no cadeado, percebe algo estranho. VERÔNICA: Essa mala não é a minha… 03  INT. MANSÃO BELTRÃO – QUARTO VERÔNICA – DIA Verônica está olhando o cartão de dados do dono da mala que pegou por engano. VERÔNICA: Andrés de Castilho León? Quem é esse cara? (SUSPIRA) Peguei a mala errada… Verônica liga para o número que está no cartão de dados, mas ninguém atende. Suspira, joga o celular em cima da cama. Caminha para a janela do seu quarto. Tenta se manter animada ao observar a paisagem, quando olha para baixo, percebe seu pai deixando a casa. Sorri. 04  EXT. MANSÃO BELTRÃO – PÁTIO – DIA Verônica corre para alcançar seu pai. VERÔNICA: Pai! Vai sair sem se despedir? GABRIEL: Eu não vou demorar, minha filha. VERÔNICA: Mesmo assim, vou sentir sua falta. Não demora para voltar, eu quero que o senhor durma cedo hoje porque amanhã vou fazer uma festa. É seu aniversário. Gabriel ri. GABRIEL: Juro que eu tinha esquecido. Bom, vou tentar chegar cedo. Não se preocupe. Gabriel se vira para se retirar. Seu celular começa a tocar. Atende. É Verônica. VERÔNICA: Te amo, pai. Gabriel se vira e sorri para a filha. 05  INT. CONSTRUTORA BELTRÃO – ESCRITÓRIO – DIA Gabriel conversa com o senhor Gonzalo que é sua última esperança. GABRIEL: Você sabe que eu te ajudei a sair de uma falência, não lembro disso? GONZALO: Eu entendo, Gabriel e por isso estou pensando, mas os outros sócios estão desencorajados. A empresa não progride, mas o dinheiro não depende só de mim. Preciso ver isso com calma. GABRIEL: Você tem que me ajudar, por favor! Não posso deixar minha família na rua, a única maneira de ajudá-los é ter bastante dinheiro para viverem bem por algum tempo enquanto busco uma solução… Gabriel tem uma iluminação. GABRIEL: Posso ter esse dinheiro com meu seguro de vida. Gonzalo arqueia sua sobrancelha. GONZALO: Mas você não está morto. Gabriel respira fundo. GABRIEL: Ainda não estou, mas se a única maneira de salvar minha família é usar esse dinheiro… Vou ter que fazer isso, vou ter que usar meu seguro de vida de alguma forma. GONZALO: Não me diga uma coisa dessas, homem! Para tudo tem uma solução. GABRIEL: E essa é a minha. Em Gabriel. 06  INT. MANSÃO BELTRÃO – QUARTO PRINCIPAL – DIA Paula está revisando alguns documentos. Vários papéis estão jogados pela cama, todos documentos bancários em nome de Gabriel. PAULA: Consegui economizar só cinco mil dólares? Tudo bem, pelo menos, com isso minha filha e eu vamos poder sobreviver por algum tempo. Em Paula. 07  EXT. MANSÃO BELTRÃO – JARDIM – DIA Verônica está escutando música em seu celular, espera ansiosa pelo seu irmão mais novo, Mateo. Ao ver o irmão de longe, Verônica sorri e acena para o mesmo. Mateo (15) a vê e sorri. O jovem autista caminha lentamente, mexendo sua cabeça e coçando ela a cada segundo. Verônica estica suas mãos para Mateo. VERÔNICA: Irmão! Estava com saudades, nossa ficou maior… Mateo estica suas mãos também, os dois tocam seus dedinhos. MATEO: Irmã… VERÔNICA: Como está se comportando o melhor pianista do mundo? 08  EXT. MANSÃO BELTRÃO – JARDIM – DIA Verônica e Mateo estão sentados no banco do jardim. MATEO: Compus uma peça para você. VERÔNICA: É sério? Quero que você toque para mim mais tarde. Ficarei feliz em escutar. MATEO: Apenas o papai gosta do que eu toco. (coça a cabeça) A mamãe se estressa. VERÔNICA: Como assim? O que você quer dizer? Como ela se estressa? Em Mateo. 09  INT. MANSÃO BELTRÃO – SALA DE ESTAR

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