novembro 2023

Tuhpanger | Episódio 09

Daquele lugar era possível ter uma visão surpreendente, uma visão que qualquer humano poderia sonhar, mas muitos não poderiam realizar. Parecia enxergar o mundo de cima mesmo que a Aldeia Perdida não ficasse flutuando no céu do continente, mas, sim, em uma dimensão separada. Havia um lugar especial que, desde a chegada dos cinco Tuhpanger, era o mais calmo entre os cantos da Aldeia Perdida. Desde então, Joaquim usava essa região especial, o topo de uma árvore que ao lado das outras formava um suporte natural de galhos com força o suficiente para segurar o peso do corpo de qualquer ser humano. Como Maria Inês, a guerreira amarela, sabia que o guerreiro vermelho estaria ali em cima, por esse motivo levou para ele um prato de comida. — Achei que estaria com fome. — sorriu a portuguesa. Joaquim olhou para baixou, sorriu e em seguida desceu com um pulo. — Obrigado. — agradeceu e pegou o prato, sentou no chão para comer. A guerreira amarela continuou o observando, precisava perguntar porque já havia percebido, desde a semana passada, que alguma coisa em sua vida pessoal havia acontecido. — Por que você escolheu não ter uma cópia? — Maria Inês perguntou nervosa por medo de passar algum limite que talvez ainda existisse entre eles. Joaquim pensou enquanto mastigava, mas respondeu depois de engolir. — É que eu precisava ficar longe de tudo para pensar sobre um assunto. — Quer conversar sobre? — a jovem perguntou e sentou ao lado do rapaz, por sua vez e para a surpresa dela, ele sorriu e deixou escapar um riso misturado com um suspiro. — Acho que eu preciso mesmo. — vez uma pequena pausa, mas logo continuou. — Tem essa amiga que quando eu conheci, a primeira vez que vi ela, me apaixonei rapidamente. Só que ela acabou escolhendo o meu melhor amigo, Jonathan. Aliás, o nome dela é Roberta. — Joaquim olhou para cima, seu olhar ganhou um relance de preocupação e medo, uma mudança que Maria havia notado rapidamente. — Acontece que sempre fui apaixonado por ela, às vezes pouco e outras vezes muito, mas nunca quis interferir na relação dos dois, afinal, eram meus amigos. O meu melhor amigo desde minha infância. Só que agora uma coisa mudou… — Mudou o quê? — perguntou a guerreira do espírito do Jacaré. — A Roberta me viu fazendo a transformação, ela disse que me ver sendo um Tuhpanger fez ela ter a certeza de que sempre gostou de mim… A reação de Maria Inês foi apenas uma, ela apenas soltou uma risada e quando notou que Joaquim havia ficado sem jeito, recuperou a pose o mais breve que podia. — Desculpa, mas é que me pareceu… — Interesse dela? — Sim, desculpa… — disse a garota em tom baixo. — Tudo bem. Eu também notei isso. Quer dizer, ela ficou com o Jonathan porque ele era mais rápido na pista de corrida… Maria pousou sua mão sobre o ombro de Joaquim, o guerreiro vermelho, primeiro olhou para a mão da portuguesa, em seguida desviou seu olhar para os olhos dela. Nunca tinha notado como aqueles olhos castanhos eram bonitos, brilhantes como uma pedra preciosa, como uma estrela. Na verdade nunca havia notado a beleza dela. Para Maria Inês aconteceu a mesma coisa, ela nunca tinha notado a beleza no olhar dele, nem o charme que envolvia os traços de Joaquim. Estava acontecendo algo entra os dois daquele momento, mas eles ainda não saberiam descrever. — Gente! O Rafael tá chamando para voltarmos a treinar! — entrou Miguel naquele canto, despertando os dois do transe. Eles levantaram rapidamente e logo acompanharam o adolescente até o local da Aldeia Perdida em que os treinamentos estavam sendo realizados. … Sobre a pedra gelada da caverna que formava uma espécie de maca se encontrava deitado um homem inconsciente, um jovem, belo e forte rapaz indígena. A pele em um tom bronzeado terroso e longos cabelos negros, as pinturas ainda se encontravam presentes na pele e nos músculos do seu corpo de guerreiro. O observando, não muito longe, Cuca o estudava de uma maneira detalhada. Não podia acreditar que havia conseguido resgatar aquele guerreiro espiritual e de como ele seria útil para a queda dos seus inimigos. — Você será muito útil, Ubiratã… — sussurrou a bruxa animada com a situação. — Espero que ele seja útil, assim poderei sair dessa caverna e governar Pindorama. — disse Abaçay entrando no local, rapidamente a criatura com caracterizaras de um jacaré se curvou. — Mestre Abaçay… Como pode ver conseguir resgatar o humano de sua prisão, o feitiço já foi lançado e assim que ele acordar, nos obedecerá em tudo. — Tem certeza que os seus poderes funcionarão? — perguntou o demônio nada confiante. — Não me adianta um guerreiro espiritual que não pode usar seus poderes. — Tenho certeza de que ele conseguirá usar seus poderes, afinal, os seus animais protetores estão ao seu lado não importa em que lado esse guerreiro esteja. Ainda mais em uma situação tão especial quanta essa. Ubiratã acordará acreditando que ele sempre esteve ao nosso lado, colocando seus animais no mesmo feitiço. — Animais? — perguntou Abaçay curioso. — Sim, o sexto guerreiro luta em batalha com dois animais, sucuri e a puma. — respondeu a Cuca. — Ótimo, a cada nova informação fico mais confiante de que essa foi a sua melhor ideia, então, trate de não fazer com que tudo seja arruinado por aqueles cinco! — Não será, mestre. Ainda levará um tempo para que o nosso guerreiro espiritual acorde, então, seria bom mandar Solaris para deixar os bobocas ocupados. — Boa ideia, vou atrás do estrangeiro… … A Cinelândia se encontrava bem movimentada, como de costume, as pessoas estavam ali nos bares ou apenas passando. Um típico movimento para qualquer horário na praça. De repente, um portal se abre no meio da praça e dele saem Solares e os peões de Abaçay, deixando o povo que estava ali alarmado.

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Tuhpanger | Episódio 08

O sol brilhava forte naquela tarde no Rio de Janeiro. Joaquim se encontrava na pista de corrida da sua universidade e ao seu lado estava o seu treinador. O guerreiro vermelho vestia um traje próprio para correr, claro que todo na cor vermelha. Da camisa regata com o número 1 estampado na frente até os tênis de corrida vermelho e preto. Depois de vários dias sem conseguir correr por causa das suas batalhas como guerreiro espiritual, ser o líder demandava ele ficar um tempo na Aldeia Perdida, Joaquim poderia conseguir quebrar ser último recorde utilizando seus poderes. Ele sabia que isso não era o certo a se fazer, a tentação era grande, mas sua vontade de continuar sendo um guerreiro espiritual era maior. Roberta e Jonathan estavam sentados na arquibancada, observando o treino do amigo. — Sabe o porquê do Joaquim estar atrasado com seus treinos? — perguntou a garota ao namorado. O rapaz nega com a cabeça, responde: — Não sei. Ele anda bem estranho ultimamente para falar a verdade, às vezes falta aulas. Ele nunca foi disso. Fica horas sumido. — Será que ele tá com problemas dentro de casa? — perguntou Roberta. — Não sei… Não sei dizer, Roberta. — Mas ele é o seu amigo, Joanthan! — Também é o seu amigo. — disse o rapaz rapidamente. — Mas vocês se conhecem há mais tempo. — Eu disse, ele anda estranho. Ultimamente tá muito reservado, na dele, assim, entende? Não conversa muito. Não sei o que tá acontecendo com o Joaquim. Roberta fica observando a pista de corrida. Quando Joaquim cruza a linha de chegada, o Treinador congela o seu conômetro. Faz uma cara de insatisfação que o rapaz rapidamente reconhece na época em que começou. — Não fui bem? — perguntou Joaquim. — Não. — respondeu o Treinador. — Na verdade, você fez dois minutos menos do que havia feito antes… — Droga! — exclamou em voz baixa o rapaz. — Isso deve ser porque você tem faltado aos treinos, Joaquim. Tem que continuar treinando, se não… — Não se preocupe, eu vou continuar treinando, mas acontece que estou com uns problemas… — o nosso herói continuou se explicando ao seu superior. Na arquibancada, Roberta notou que o treino daquela tarde havia terminado. — Acho que ele terminou, vamos lá falar com ele… — disse ela ficando em pé. — Falar sobre o quê? — Jonathan perguntou confuso. — Vamos descobrir o que está acontecendo, Jonathan… O namorado suspira e levanta também, o casal deixa a arquibancada rumo à pista de corrida. — Entendeu, Joaquim? — perguntou o Treinador, estava muito sério. — Sim, entendi. — o celular do rapaz apita, várias vezes. Ele pega o aparelho, o mais velho continua falando. São mensagens do aplicativo que usa para invocar seu espírito protetor e se transformar. Agora, quando algo acontecia na cidade, eles recebiam uma aviso. — Desculpa, treinador, mas eu tenho que ir. — Para onde? — É uma coisa que tá acontecendo… Com a minha mãe… Joaquim sai correndo, nesse mesmo momento Roberta e Jonathan acabaram de chegar na pista de corrida. — Para onde o maluco foi? — perguntou Jonathan. — Parece que teve um problema e saiu correndo. — De novo? — perguntou Roberta. — Não vai ficar assim… A garota sai correndo pela mesma direção que o amigo usou para escapar. Em uma praça da cidade, os outros quatro guerreiros já batalhavam contra o monstro. Esse monstro era feito de pinche da rodovia e concreto e mais algumas outras coisas da cidade como, por exemplo: placas de trânsito, canos de ferro e etc. Ele recolhia a energia negativa das pessoas as deixando paralisadas como em engarrafamento, nesse momento, muita energia negativa estava sendo coletada para Abaçay se fortalecer e finalmente conseguir sair da caverna em que se encontrava preso. — Nem minhas flechas mágicas conseguem penetrar o corpo de concreto dele… — disse Katarina quase em desespero. — Deve ter uma maneira. — disse Maria em seguida, mantendo sua calma. — Vamos esperar o guerreiro vermelho chegar e depois vamos unir nossas armas! — disse Rafael assumindo a posição de segundo líder. — Certo! — os outros três falaram juntos em concordância. Nesse momento, Joaquim, ainda no modo civil chegou acertando um chute no monstro, seu golpe não teve muito impacto e ele caiu em pé no chão. — Que corpo resistente… — disse Joaquim. Rapidamente os demais se aproximaram dele. — Vamos acabar logo com isso! — disse o guerreiro cor-de-rosa. — Claro… — Joaquim sacou o seu celular e foi até o aplicativo de transformação. — Espírito protetor, invocar! — o aparelho eletrônico emite um intenso brilho vermelho, da tela que agora está totalmente dessa mesa cor escarlate saí uma onça-pintada da mesma cor e transparente como se fosse um espírito, quando o animal entra em Joaquim a transformação é concluída. — Guerreiro espiritual vermelho! Espírito da Onça-pintada! — Guerreiro espiritual rosa! Espírito da Harpia! — Guerreira espiritual azul! Espírito do Boto! — Guerreiro espiritual verde! Espírito do Lobo Guará! — Guerreira espiritual amarela! Espírito do Jacaré! — Somos os protetores de Pindorama! Com o poder da natureza dessa terra, derrotaremos os espíritos malignos! Nós somos Os Guerreiros Espirituais, TUHPANGER! O quinteto gritou em perfeita sincronia, uma explosão colorida acontece atrás deles, mas perece que o monstro não está intimidado pela frase de efeito ensaiada ou pelo espetáculo colorido. — Acham que me colocam medo?! Estão errados! — gritou a criatura feita com pedaços da paisagem urbana. Os Tuhpanger juntam suas armas, dessa vez não formam uma Mega Blaster, mas sim uma espada grande e aparentemente pesada, quem a segura é o líder, o guerreiro vermelho, entretanto, os demais estão perto emitindo suas energias poderosas para a tal espada especial. — Chegou o seu fim! — disse Joaquim que inclinou a arma colorida para trás, a energia começou a se concentrar por toda a lâmina avermelhada. — Golpe final por Pindorama! Espada espiritual dos cinco protetores! Quando

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