— Preciso acertar no monstro dessa vez. O mestre não vai permitir que continue perdendo para os Tuhpangers! — Cuca falava consigo mesmo enquanto analisava as outras estátuas do arsenal de monstros da caverna. — É melhor ter mais sorte dessa vez, bruxa. O mestre Abaçay já está começando a perder a paciência dele! — disse Solares entrando na caverna. — Mesmo que alguns monstros tenham perdido as batalhas, ainda assim conseguimos captar energias para fortalecer o mestre. — rebateu a bruxa. — Continue perdendo que em breve Abaçay irá se livrar de você. Em seguida o cavaleiro do sol deixou a caverna. — Droga! — exclamou Cuca. — Já sei qual monstro eu vou acordar dessa vez… A feiticeira caminhou até uma estátua que lembrava um macaco esguio, então, com seu cetro mágico ela trouxe aquele monstro a vida novamente. — Kampa-Ínki ao seu dispor! — disse o monstro macaco se ajoelhando em frente a feiticeira. — A sua missão é clara, monstro. Derrotar os guerreiros espirituais Tuhpanger e recolher energia humana para fortalecer Abaçay! — Abaçay voltou a vida? — Sim, depois de várias décadas adormecido o mestre voltou. — Então pode deixar que vou acabar com esses Tuhpanger e trazer energia ao mestre dos mestres! — Kampa-Ínki falou com animação. … — Guerreiros espirituais! Tem um monstro atacando o centro da cidade, se trata de Kampa-Ínki, tomem cuidado com ele, pois além de ser bastante ágil esse monstro também consegue entrar na mente humana deixando as pessoas adormecidas dentro de um pesadelo. Quando os cinco guerreiros, já transformados, chegaram ao local em que Kampa estava atacando, presenciaram o monstro colocando o quinto civil para dormir no meio da praça. Ao avistar os seus inimigos, o monstro macaco rapidamente fixou seu olhar neles. — Meus alvos principais! — gritou Kampa-Ínki. — Quem vou atacar primeiro, hein? Vejamos aqui… O monstro jogou sementes para o alto e quando chegaram ao chão, se transformaram em um pequeno grupo de peões. — Guará vem comigo! — disse o líder da equipe. Os dois saíram correndo na direção em que o monstro macaco fugiu. Os outros três ficaram no campo de batalha com os peõs. — Marreta da Harpia — gritou o guerreiro rosa enquanto girava acertando vários peões ao mesmo tempo, então, ele deu um pulo para o alto e preparou sua marreta. Quando golpeou o chão, uma energia rosa explodiu acertando os oponentes que estavam a sua volta. Enquanto isso, a guerreira azul utilizava rapidamente as flechas de laser que saiam do seu arco e ali perto, a guerreira amarela derrubava cada peão com seu bastão. Até que os três se uniram com os poucos inimigos que sobraram. — Restaram poucos. — disse a amarela. — Então vamos acabar com eles no braço! — disse a guerreira azul com muito animação. Então, o guerreiro espiritual da Harpia girou em um golpe de capoeira, acertando em cheio o pescoço do que estava mais perto. Com aquela deixa as outras guerreiras começaram a batalhar sem o uso de suas armas. — Espada da Onça! — gritou o guerreiro vermelho quando acertou um golpe em Kampa-Ínki. — Droga! O monstro caiu de joelhos no chão, parecia estar derrotado. Os dois guerreiros que estavam ali estranharam, então, o guerreiro verde se aproximou do vermelho. — Isso foi fácil demais… — sussurrou o lobo guará. — Eu sei. — respondeu a onça vermelha. Aos poucos o monstro desapareceu, como se nunca tivesse existido. Confusos, os rapazes tentavam entender o que havia acontecido, todavia nenhuma teoria surgia em suas cabeças. Nesse mesmo momento os outros três chegaram ao local. — O que houve? — perguntou Rafael. — Ele sumiu. — respondeu Miguel. — Como se nunca tivesse existido. — Mas isso, com certeza, deve ser apenas um golpe dele. Precisamos ir até a aldeia perdida falar com Iara! Os demais concordaram. — Ele sumiu? — perguntou Iara confusa. — Sim, logo depois do ataque que eu fiz. — respondeu Joaquim. — Foi como se ele nem fosse real. — Talvez ele não fosse. — questionou a indígena. — Vejam bem, como eu já disse, esse monstro tem a habilidade de entrar na mente das pessoas. Ele ainda está vivo e vai voltar em breve. — Vamos procurar por ele? — perguntou Rafael. — Não, ele não é fácil de se encontrar. Vamos voltar as nossas rotinas, quando ele aparecer vocês entram em ação e enquanto isso, eu vou procurar uma maneira de derrotá-lo. Os jovens voltaram para suas vidas até momento do monstro retornar. Miguel aproveitou esse acontecimento para voltar ao centro comunitário em que treinava judô. Frequentava aquele lugar desde que era criança e, agora terminando o ensino médio, estava sendo considerado um dos nomes do futuro do esporte no Brasil. Pensava em começar a dedicar totalmente sua vida para o judô, mas queria primeiro terminar o ensino médio e cursar educação física em alguma universidade federal. Quando chegou ao centro comunitário se deparou com Marcelo, uma jovem garota que ajudava a cuidar da parte administrativa conversando com dois homens de terno. Assim que esses homens deixaram o lugar, Miguel se aproximou de Marcela e perguntou o que havia acontecido ao notar o semblante entristecido em eu rosto. — Acho que infelizmente dessa vez vamos ter que vender o prédio, Miguel. As dívidas estão aumentando cada vez mais e acabamos de receber um ultimato. — Não, isso não pode acontecer. Eu cresci aqui. — Infelizmente, é a verdade… Marcela deixa o rapaz sozinho, pensativo. — Meu Deus, não pode ser. Isso deve ser um pesadelo. … — Como ele está? — perguntou Joaquim sentado ao lado do corpo do guerreiro verde. Miguel estava inconsciente, estava sendo mantido em um aparelho que media seus batimentos cardíacos. — Ele tá instável. — respondeu Katarina analisando o monitor. — Mas eu ainda me preocupo porque não sabemos o que está acontecendo em sua mente. — Iara disse que se ele morrer durante seu pesadelo, ele vai morrer